Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

‘Operações não são perfeitas’, diz carta assinada por Moro

Embora admita falhas, documento elaborado após curso em Portugal vê saldo positivo de investigações; juiz foi alvo de protestos durante passagem pelo país

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 17h21 - Publicado em 8 dez 2017, 21h59

As ações de combate à corrupção no Brasil e em Portugal, como as operações Lava Jato, Zelotes, Custo Brasil e Unfair Play, são casos bem-sucedidos e que gozam de apoio popular, mas “não são perfeitas e necessitam de um constante aprimoramento”. É o que diz a “Carta de Coimbra sobre o Combate à Corrupção”, um documento assinado pelos professores de um curso de extensão oferecido na Universidade de Coimbra, em Portugal.

Um dos signatários do texto é o juiz federal brasileiro Sergio Moro, justamente um dos responsáveis pela Lava Jato. Ao todo, dezesseis acadêmicos assinaram o texto, sendo oito brasileiros, seis portugueses, uma suíça e um americano. Além de Moro, o procurador Roberson Pozzobon, da força-tarefa da operação no Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba, também assinou.

Apesar de apontarem a imperfeição das investigações, os signatários do documento veem um saldo positivo nelas. “Fazemos tais afirmações de satisfação baseados na avaliação positiva geral que essas operações têm obtido da opinião pública, e principalmente dos órgãos de controle e supervisão, como órgãos jurisdicionais de segunda instância e cortes constitucionais”, diz o documento.

Ainda conforme a carta, a “corrupção é um fenômeno de alcance global, e se revela como um dos grandes obstáculos para o desenvolvimento, a estabilidade e a paz internacionais”. Em referência indireta ao “jeitinho”, o documento pede que os cidadãos não pratiquem quaisquer atos de corrupção, “por menores que possam parecer” e mesmo que sejam “parte da cultura nacional”.

Leia na íntegra a “Carta de Coimbra sobre o Combate à Corrupção”.

Protesto

Moro esteve em Coimbra no começo da semana para dar uma aula no curso, intitulado de “Transparência, Accountability, Compliance, Boa Governança e Princípio Anticorrupção” e oferecido em parceria por uma instituição brasileira de cursos em Direito e pelo Centro de Direitos Humanos da Faculdade de Direito da universidade portuguesa. Muros da instituição amanheceram pichados no dia em que ocorreria a aula do juiz, divulgados em fotos pela página “Esquerda Brasileira em Coimbra” no Facebook. Entre as mensagens, frases como “a Justiça é cega para os crimes de Sergio Moro”.

Continua após a publicidade
Protesto contra o juiz Sergio Moro na Universidade de Coimbra
Muros da Universidade de Coimbra, em Portugal, são pixados em ato contra o juiz Sergio Moro que estava na instituição para um seminário sobre combate à corrupção (@esquerdabrasileiraemcoimbra/Facebook)

A presença do juiz foi criticada também pela Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra (Apeb/Coimbra), que enviou carta às instituições defendendo a saída de Moro do quadro de docentes do projeto, por ter supostamente ter a sua a atuação judicial contestada internacionalmente. Em entrevista a VEJA, o coordenador do curso, professor Uziel Santana, rebateu os estudantes.

Para Santana, os estudantes tem “argumentação pífia” e os protestos “envergonham o Brasil”. “O juiz Sergio Moro teve suas decisões acatadas tanto pelo Tribunal Regional Federal quanto pelo Supremo Tribunal Federal. Logo, é uma argumentação pífia dizer isso se os tribunais referendaram a atuação do juiz”, argumentou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.