Os diferentes ritmos da Lava Jato em Curitiba e em Brasília
Enquanto juiz Sergio Moro já condenou 107 investigados a 1.634 anos de prisão, STF não concluiu nenhum processo contra políticos com foro privilegiado
A Lava-Jato só será considerada definitivamente a mais bem-sucedida operação de combate à corrupção quando os mentores, os participantes e os beneficiários do esquema estiverem pagando pelos seus crimes, ou seja, condenados e presos. Em Curitiba, onde as investigações começaram há três anos e meio, tudo aponta nessa direção. Figurões como o ex-presidente Lula, o ex-deputado Eduardo Cunha e outros 105 investigados, juntos, foram condenados a 1.634 anos de cadeia. Não são poucas as penas individuais que beiram os vinte anos de prisão. Esses processos estão em fase de recurso e, caso as sentenças sejam confirmadas em segunda instância, os condenados cumprirão duras penas atrás das grades.
Uma outra parte da Lava-Jato, porém, não mostra a mesma eficiência. É em Brasília, onde são investigados cerca de 250 deputados, senadores, governadores e ministros, justamente os principais beneficiários do dinheiro desviado dos cofres públicos. Desses, apenas seis respondem a processo, e nenhum foi condenado até agora. Os números só não são mais desanimadores porque houve três prisões, todas elas preventivas — e uma, a do ex-senador Delcídio do Amaral, já revogada. A regra, por enquanto, é de impunidade para políticos com mandato.
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