Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super BlackFriday: Assine VEJA a partir de 7,99

Os dois recados da população do Rio na nova pesquisa sobre operação contra o CV

Levantamento mostra que, apesar de apoiar ações duras contra o crime, maioria quer solução institucional e critica a política armamentista

Por Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 nov 2025, 17h38 - Publicado em 3 nov 2025, 15h17

A mais recente pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (3), revela o profundo impacto político e social da megaoperação policial no Rio de Janeiro e indica que a segurança pública se consolidou como a principal pauta entre os fluminenses. Segundo o levantamento, 72% dos moradores do estado defendem que facções criminosas sejam enquadradas como organizações terroristas — um índice que reflete o clamor por medidas mais severas contra o crime organizado.

O estudo, conduzido sob a direção do cientista político Felipe Nunes, ouviu eleitores do estado poucos dias após a operação que deixou mais de cem mortos nas comunidades da Penha e do Alemão. Os dados mostram que, embora a maioria aprove a ação, persiste uma percepção de que o problema da violência está longe de ser resolvido.

“A população aprovou e achou que a operação foi um sucesso. Mas, ao mesmo tempo, reconhece que nada disso resolve o problema da insegurança”, disse Nunes em entrevista ao programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal.

Apoio à operação e ganho político para Cláudio Castro

A operação — marcada por confrontos intensos e críticas de organismos de direitos humanos — teve ampla aprovação popular. Segundo a Quaest, mais de 60% dos fluminenses consideram que a ação foi necessária, e o governador Cláudio Castro (PL) colheu dividendos políticos diretos: sua aprovação subiu 10 pontos percentuais entre agosto e outubro.

“Foi uma medida importante que teve efeitos políticos claros. Mas as pessoas ainda dizem: ‘Ainda não resolveu o problema inteiro’”, explicou o cientista político.

Continua após a publicidade

Endurecimento da lei, mas sem armar o cidadão

Além de apoiar o enquadramento das facções como terroristas, os entrevistados defendem punições mais duras para crimes ligados ao crime organizado. Oito em cada dez fluminenses (80%) são favoráveis a aumentar as penas para homicídios cometidos a mando de facções.

Mas o mesmo levantamento mostra rejeição à política de armas: 72% dos entrevistados se opõem à ideia de facilitar o acesso e a posse de armas de fogo pela população civil — um sinal de que o eleitorado apoia medidas institucionais e estatais, e não soluções individuais para o problema da segurança.

“Os cariocas têm muita clareza sobre o que desejam: mais rigor do Estado com o crime organizado, mas sem transformar o cidadão comum em vigilante armado”, observou Nunes.

Continua após a publicidade

O desafio político: segurança no centro da agenda

Os resultados da pesquisa confirmam uma tendência que vem se repetindo em levantamentos nacionais: a segurança pública voltou ao centro do debate político e se tornou a principal preocupação para um número crescente de eleitores — ultrapassando inclusive temas econômicos, segundo sondagens anteriores da própria Quaest.

Com isso, governadores da direita, como Cláudio Castro (PL-RJ) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), buscam capitalizar o tema, enquanto o governo Lula tenta recuperar o protagonismo com propostas como a PEC da Segurança Pública e o escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado, lançado em parceria com o Rio.

“Agora o desafio é ver como o Congresso reage. O que a população está dizendo é: ‘Queremos ação e resultados, mas dentro da lei’”, concluiu Felipe Nunes.

Em resumo: a pesquisa da Quaest mostra um eleitorado que clama por firmeza, mas que rejeita soluções simplistas ou populistas. Para os políticos, a mensagem é clara — o discurso da bala pode render aplausos momentâneos, mas a confiança do eleitor só virá com resultados concretos na segurança pública.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.