Oferta Relâmpago: 4 revistas pelo preço de uma!

Os interesses por trás do caso que assombra Brasília

Destino de políticos e celeridade estaria no centro do jogo de interesses em definir o relator do caso no STF

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 fev 2025, 11h05 - Publicado em 9 fev 2025, 15h27

No centro de uma disputa de bastidores sobre que integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) deveria ser responsável pela Operação Overclean, o ministro Kassio Nunes Marques recebeu nos últimos dias relatos sobre os motivos estariam por trás da iniciativa da Polícia Federal de tentar direcionar para o gabinete do ministro Flávio Dino a investigação – um caso de fraude em licitações que pode ter ramificações em mais de dez estados e atingir figurões da classe política.

Em janeiro, a PF na Bahia enviou o caso à suprema corte com um pedido para que Dino, antigo superior hierárquico da corporação, fosse designado relator daquela apuração porque ela estaria relacionada ao tema mais turbulento sob a batuta do magistrado: a ação que contesta o pagamento sem transparência e rastreabilidade de bilhões de reais em emendas parlamentares.

A Overclean começou a partir de fraudes em licitações de projetos de pavimentação de ruas sob responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) na Bahia com o dinheiro de emendas parlamentares, mas reuniu indícios de que o esquema se espalhou pelo país e movimentou mais de 1 bilhão de reais nos últimos anos.

O caso não é a primeira nem a única investigação criminal sobre desvio de dinheiro de emendas parlamentares no Supremo, mas promete ser a mais rumoroso. Existem pelo menos 24 ações sobre desvio de recursos a que congressistas têm direito em tramitação no tribunal, divididos em seis gabinetes. A maior parte delas, nove, com Nunes Marques, personagem do tiroteio da vez.

Interlocutores de Kassio atribuem a ofensiva para centralizar esta investigação específica em Dino a uma disputa política na Bahia, estado central nas investigações. O principal alvo até o momento, o empresário Marcos Moura, tem forte relacionamento com políticos baianos — o único parlamentar citado até agora é o deputado baiano Elmar Nascimento (UB-BA), 2º vice-presidente da Câmara, e foi no município baiano de Campo Formoso que um primo do parlamentar jogou mais de 200.000 reais em dinheiro vivo pela janela ao avistar a polícia.

Continua após a publicidade

O raciocínio dos interlocutores é o seguinte: se a Polícia Federal conseguisse direcionar as apurações para o gabinete de Dino, as investigações seriam mais céleres e não haveria possibilidade de poupar figurões da cena política.  Na linha de tiro em potencial estariam, por exemplo, o ex-prefeito de Salvador Antonio Carlos Magalhães Neto, que, segundo a PF, aparece mencionado em mensagens de investigados sob o codinome de “o zero um antigo”. ACM Neto não é investigado na Overclean.

Em um país que acumulou escândalos políticos nas últimas décadas, a corrupção com dinheiro público está longe de ser uma novidade, mas em um de seus despachos de cobrança sobre a rastreabilidade dos recursos de emendas parlamentares o ministro Flávio Dino havia afirmado que a falta de regras para o pagamento de emendas resultara em “malas de dinheiro sendo apreendidas em aviões, cofres, armários ou jogadas por janelas” – uma referência direta ao potencial explosivo da Operação Overclean. A ofensiva da PF para levar o caso a Dino não funcionou, mas as suspeitas de que interesses paralelos estão em jogo ainda parecem longe do fim.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de 9,90/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.