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Ouça: Joesley: ‘Se tem batom na cueca, faz a p… da delação’

Em áudios recuperados pela PF, empresário analisa como a classe política aderiu à delação e comenta efeitos colaterais de leis de combate ao crime

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 set 2017, 17h52 - Publicado em 29 set 2017, 08h32
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  • No segundo áudio recuperado pela Polícia Federal, obtido por VEJA, o empresário-delator Joesley Batista conversa com um interlocutor chamado “Gabriel”, supostamente o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), e relata os fatores que um criminoso deve sopesar para decidir fechar um acordo de delação premiada. Ao interlocutor, Joesley diz ter aconselhado um amigo enrolado com práticas ilícitas e expõe seu raciocínio: “Ô, meu, é a coisa mais simples do mundo, porque se você tem problema e o problema é, como se diz, batom na cueca, ô, meu, corre lá e faz a porra dessa delação”. Os explosivos áudios de Joesley Batista foram peça-chave para embasar a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o presidente Michel Temer (PMDB), mas a sonegação de outras conversas gravadas também levaram o então procurador-geral Rodrigo Janot a pedir a rescisão do acordo de delação do executivo e do diretor de Relações Institucionais da JBS Ricardo Saud. Hoje os dois estão presos por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Ao longo de 38 minutos de conversa, Joesley Batista e seu interlocutor avaliam o que consideram como estragos da lei das organizações criminosas, segundo eles pensada para combater facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), e não atuações ilícitas praticadas por políticos, e analisam como parte da classe política, assolada por denúncias de corrupção, passou a aderir à delação premiada. Na conversa, Joesley também detalha como montou uma espécie de estratégia de sobrevida, corrompendo o procurador Ângelo Goulart Villela, e relata como detalhava ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) as tratativas que mantinha com o Ministério Público sobre o acordo de leniência do grupo J&F.

    Ouça os áudios:

    Joesley reclama dos métodos da investigação e relata conversa com o procurador Anselmo Lopes

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    Joesley especula sobre quem serão os próximos a delatar

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    Joesley relata conselhos que diz ter dado a um amigo sobre a conveniência de fechar uma delação.

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    Joesley fala sobre as dívidas da empresa

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    Joesley comenta a velocidade com que as autoridades negociaram a leniência da JBS

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    Joesley fala sobre a lei de combate ao crime organizado

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