Depois de intensas trocas de farpas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira, 28, que a crise com o parlamentar é “página virada”. O mandatário acrescentou que as divergências foram uma “chuva de verão”, mas que agora “o céu está lindo”.
As declarações foram feitas após um evento onde era esperada a presença de Maia, que não compareceu.
“Outros problemas acontecerão com toda certeza. Mas, na minha cabeça e na dele [Maia], o Brasil está acima de tudo e Deus está acima de todos”, disse, citando seu slogan de campanha.
O presidente participou durante a manhã de cerimônia no Clube do Exército, na qual foi condecorado. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e outras autoridades também foram homenageadas. Maia também receberia a honraria, mas não foi ao evento.
Na cerimônia, Bolsonaro disse que teve um “excelente diálogo” com Alcolumbre sobre a tramitação da nova Previdência. “A reforma continua”, disse o presidente. “Ela é importante não para mim, para o governo, e sim para o Brasil.”
Sobre apoio no Congresso, o presidente afirmou que “não existe base aliada garantida” e que os parlamentares são independentes. Mas sinalizou que quer intensificar o diálogo. “Eu gostaria de atender mais políticos no Planalto, mas o dia só tem 24 horas, eu preciso de 5 ou 6 horas para dormir. Por isso não atendo mais gente”, justificou.
Atritos
A crise entre Bolsonaro e Maia esquentou na quarta-feira, com ambos subindo o tom nas declarações. Primeiro, o presidente afirmou que o deputado estaria “abalado com questões pessoais da vida dele”, em uma referência à prisão do ex-ministro Moreira Franco, padrasto da mulher de Maia. O presidente da Câmara foi duro na resposta: “Abalados estão os brasileiros, que estão esperando desde 1º de janeiro que o governo comece a funcionar. São 12 milhões de desempregados, 15 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza e o presidente brincando de presidir o Brasil”.
Bolsonaro rebateu, dizendo lamentar e até mesmo duvidar que o deputado, peça-chave na reforma da Previdência, tivesse dito o que disse. “É uma irresponsabilidade”, declarou.
(Com Estadão Conteúdo)