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Partidos pedem cassação de Rocha Loures, ex-assessor de Temer

Flagrado carregando mala de dinheiro, Rodrigo Rocha Loures já está afastado do mandato por determinação do Supremo Tribunal Federal

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 Maio 2017, 19h30 - Publicado em 22 Maio 2017, 19h19
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  • Os partidos Rede Sustentabilidade, PSOL e PSB ingressaram nesta segunda-feira com uma representação pedindo a cassação do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer. Na ação de quebra de decoro que será encaminhada ao Conselho de Ética, as legendas sustentam que o parlamentar atuava como uma espécie de “mula” de Temer – já que foi flagrado carregando mala supostamente com dinheiro – e que articulou o pagamento de propina com o grupo JBS.

    Em vídeo gravado pela Polícia Federal, Loures aparece saindo de uma pizzaria em São Paulo com uma maleta que, conforme a própria JBS afirmou em acordo de delação premiada, teria 500.000 reais em propina. Na última quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal afastou o congressista do mandato.

    O vídeo foi feito em abril logo depois de Joesley, presidente da holding J&F, ao qual pertence o grupo JBS, ter gravado Temer em uma reunião no Palácio do Jaburu. No encontro, o presidente indicou Loures como seu interlocutor para tratar de assuntos de interesse do empresário no governo federal. Joesley aparece perguntando a Temer no vídeo: “Posso falar tudo com ele [o deputado Loures]?”. O presidente, então, responde: “Tudo”.

    Segundo Joesley, o dinheiro era parte do pagamento de uma propina para que Loures, sob indicação de Temer, facilitasse o andamento de uma demanda do grupo empresarial no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) envolvendo uma usina termelétrica em Cuiabá. Tratava-se de uma disputa entre a holding e a Petrobras sobre o preço do gás oferecido pela estatal à termelétrica EPE, adquirida pela JBS em 2015.

    “As ações do deputado Rodrigo Rocha Loures revelam uma clara afronta ao comportamento compatível com o decoro parlamentar, como o que estabelece o Código de Ética e Decoro Parlamentar quando manda, no seu art. 3º, IV, que são deveres dos Deputados ‘exercer o mandato com dignidade e respeito à coisa pública e à vontade popular, agindo com boa-fé, zelo e probidade’”, afirmaram os partidos na representação. As legendas pedem o depoimento de Rocha Loures e também dos executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud e do presidente do Conselho de Defesa Econômica (Cade), Gilvandro Araújo.

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