‘Pernambuco vai ter candidatura do PT, sim’, diz Marília Arraes
Vereadora de Recife afirma que sua posição não é 'subversiva' em relação à cúpula do partido e ataca o PSB
A vereadora de Recife pelo PT Marília Arraes reafirmou nesta quinta-feira, 2, que “será candidata ao governo de Pernambuco” nas eleições 2018 e que isso não configura um posicionamento “subversivo” nem afronta à hierarquia do partido. O PT retirou a candidatura dela e declarou apoio à reeleição do governador pernambucano, Paulo Câmara (PSB), em troca da neutralidade do PSB no primeiro turno da disputa presidencial.
A declaração da petista foi dada momentos antes do encontro estadual do PT, em um hotel da zona sul da capital pernambucana, que vai definir o posicionamento do diretório nas eleições locais.
“Pernambuco vai ter uma governadora do PT sim. Estamos aqui para decidir o futuro de Pernambuco depois de mais de um ano de construção. Nós respeitamos os pensamentos divergentes, mas é preciso respeitar também o desejo das bases do PT e do povo pernambucano”, disse Marília, aplaudida pela militância do partido. Ela não disse, contudo, se vai buscar a Justiça para ser candidata, como pretende fazer o pessebista Marcio Lacerda, cuja candidatura ao governo de Minas Gerais também foi retirada no acordo.
As declarações de Marília Arraes contrariam não só a Executiva Nacional do PT, mas também o posicionamento da direção local da legenda, que já se pronunciou pelo cumprimento da decisão da cúpula.
Marília voltou a atacar o PSB, a quem chamou de “falsa esquerda” e acusou Câmara de querer explorar o potencial eleitoral de Lula. “Esse nosso projeto é o projeto de Lula. É o único palanque capaz de dar o apoio político ao projeto do ex-presidente”, afirmou.
Ela disse ainda que o PSB pratica chantagem contra o PT. “Não adianta mais tentar unir a esquerda por meio de chantagem. É o que o PSB está fazendo. O PSB chantageia o PT”, disse. Em seu discurso, a vereadora lembrou que o PSB liberou seus deputados para votar a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.