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Pezão recebeu 900 mil reais de esquema, diz delator

O advogado Jonas Lopes Neto afirmou, em delação, que viu anotações sobre valores de propina que pagaram despesas pessoais de governador do Rio

Por Da redação
4 abr 2017, 10h12

Em delação premiada, o advogado Jonas Lopes Neto disse ter ouvido o subsecretário estadual de Comunicação do Rio, Marcelo Santos Amorim, afirmar que usou 900 mil reais arrecadados em esquema de corrupção para pagar despesas pessoais do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela TV Globo.

Segundo a emissora, o dinheiro foi entregue por empresas da área de alimentação que mantinham contratos com o Estado. Lopes Neto é filho do conselheiro e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Jonas Lopes de Carvalho Júnior. Em delação firmada em 2016, um ex-executivo da empreiteira Odebrecht acusou Carvalho Júnior de integrar esquema de corrupção.

Em dezembro, o conselheiro foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal. Ele e o filho passaram então a negociar as delações, que fundamentaram a operação O Quinto do Ouro, deflagrada na última quarta-feira, para investigar agentes públicos que integravam parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado, em especial membros do Tribunal de Contas do Rio e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo Carvalho Filho, Pezão sabia da situação e participou de pelo menos duas reuniões para debater o esquema. Já o filho afirmou na delação que em certa ocasião “Marcelinho (como é conhecido o subsecretário de Comunicação), além dos 150 mil reais recolhidos na (empresa de alimentação) Milano, apresentou ao colaborador uma anotação indicando que teria arrecadado quase 900 mil reais junto às demais empresas (do setor), mas teria utilizado a quantia para pagamento de despesas do governador Pezão”.

Em nota, Pezão nega que tenha recebido valores ilícitos. O governo informou que “o subsecretário de Comunicação já prestou esclarecimentos à PF”.

(Com Estadão Conteúdo)

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