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PF cumpre mandado de busca em apartamento de Blairo Maggi

Ministro da Agricultura é alvo de um inquérito no STF sob a acusação de liderar uma organização criminosa responsável por um esquema de corrupção

Por Da Redação
Atualizado em 14 set 2017, 14h47 - Publicado em 14 set 2017, 08h11

A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta quinta-feira mandado de busca e apreensão no apartamento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), em Brasília, como parte de investigação conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Também são realizadas diligências em endereços no Mato Grosso e em São Paulo.

Ao todo, agentes fizeram buscas em 65 endereços. Segundo a PF, participam da ação 270 pessoas, entre policiais federais e membros do Ministério Público Federal (MPF), nas cidades de Cuiabá, Rondonópolis (MT), Primavera do Leste (MT), Araputanga (MT), Pontes e Lacerda (MT), Tangará da Serra (MT), Juara (MT), Sorriso (MT), Sinop (MT), Brasília (DF) e São Paulo (SP).

Maggi é alvo de um inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar uma organização criminosa responsável por um esquema de corrupção e desvio de recursos públicos nos dois mandatos em que esteve à frente do governo de Mato Grosso (2003-2010). As apurações têm como base a delação premiada feita por Silval Barbosa, também ex-governador do estado, que foi vice de Maggi entre 2007 e 2010.

O pedido de busca e apreensão no endereço do ministro foi apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizado pelo ministro do STF Luiz Fux. O magistrado também autorizou outras ações de busca e apreensão no âmbito da mesma investigação.

Em sua colaboração premiada, que foi homologada por Fux, o ex-governador Silval Barbosa declarou que houve uma série de irregularidades envolvendo Maggi, incluindo uma espécie de “mensalinho” pago a deputados da Assembleia Estadual de Mato Grosso, a fim de garantir apoio político para a votação de projetos do interesse do então governador.

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Barbosa afirmou ter intermediado repasse de 4 milhões de reais, a pedido de Maggi e do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, ao deputado federal Carlos Bezerra, em 2008, com a finalidade de comprar apoio do PMDB nas eleições municipais. À época, segundo Barbosa, o partido teria declarado apoio ao adversário do aliado de Blairo.

A delação também menciona que houve, em 2010, um acordo para que Barbosa disputasse o governo estadual, enquanto Maggi disputaria uma das cadeiras do Senado destinadas ao Mato Grosso. Para tanto, era preciso que Barbosa assumisse dívidas de campanha para ter o apoio de Maggi, o que, segundo o delator, teria ocorrido.

O Ministério da Agricultura ainda não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Em nota divulgada após a abertura do inquérito, no mês passado, Maggi afirmou que lhe causou “estranheza e indignação” que acordos de colaboração premiada “coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão cargos na administração pública”.

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Defesa

Maggi emitiu uma nota para se defender das acusações. Confira abaixo o posicionamento do ministro na íntegra:

“Sobre a Operação Malebolge realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (14), esclarecemos que:

1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja “mudanças de versões” em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade.

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2. Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação.

3. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional.

4. Por fim, ressalto que respeito o papel da Justiça no cumprimento do seu dever de investigação, mas deixo claro que usarei de todos os meios legais necessários para me defender e restabelecer a verdade dos fatos.”

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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