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Janot pede ao STF abertura de 83 inquéritos contra políticos

Solicitações de instauração de inquérito se baseiam na delação do fim do mundo firmada com 77 executivos da Odebrecht;

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h49 - Publicado em 14 mar 2017, 17h20
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  • O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) 83 pedidos de abertura de inquérito contra políticos com base nos acordos de colaboração premiada firmados com 77 executivos da Odebrecht, a chamada delação do fim do mundo. A PGR também solicitou sete arquivamentos e o envio de 211 casos para instâncias inferiores relacionados a pessoas sem foro privilegiado. Janot ainda pediu dezenove outras providências, que podem ser mandados de prisão, busca e apreensão, colheita de novos depoimentos, entre outras diligências. Ao todo, foram encaminhadas 320 peças ao Supremo. 

    Após serem catalogados e digitalizados, os pedidos chegarão às mãos do relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, que deve decidir se instaura ou não as investigações. O nome dos políticos citados na delação da Odebrecht não foi divulgado porque o processo está em segredo de Justiça. 

    Nesse mesmo encaminhamento, Janot pediu a Fachin que retire o sigilo do material, “considerando a necessidade de promover transparência e garantir o interesse público”, conforme nota publicada pelo MPF.

    Os acordos foram assinados no início de dezembro de 2016 e homologados pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, em 30 de janeiro deste ano. Segundo o MPF, foram realizadas 48 reuniões entre todas as partes envolvidas, totalizando 950 depoimentos em dez meses de negociação. O material foi gravado em vídeo com cerca de 500 gigabytes.

    Entre os 77 delatores, estão Emílio e Marcelo Odebrecht, pai e filho, donos da maior empreiteira do país. Em troca da redução de pena nas ações penais da Lava Jato, eles relataram à PGR pagamento de propina e de caixa dois para parlamentares de diversos partidos, ministros de Estado e governadores.

    Se Fachin aceitar abrir as investigações, caberá ao MPF denunciar ou não os envolvidos e, depois, se houver a formalização da acusação, o Supremo deve decidir se transforma ou não os investigados em réus.

    Esta é a segunda lista que Janot envia ao STF, pedindo inquéritos contra políticos no âmbito da Lava Jato. A primeira continha 28 pedidos de inquérito contra 54 pessoas e foi enviada em maio de 2015.

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