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PGR vai tomar ‘decisão dura’ após depoimentos da JBS, diz Maia

Presidente da Câmara entende, contudo, que possível nova denúncia contra Temer a partir das delações do frigorífico não chega à Câmara com descrédito

Por Da redação
Atualizado em 7 set 2017, 14h55 - Publicado em 7 set 2017, 14h48

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira acreditar que, após ouvir os novos depoimentos dos delatores da JBS, ainda hoje, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai tomar uma “decisão dura”. Maia se referiu aos novos áudios em que o executivo Joesley Batista, dono do Grupo J&F, fala sobre uma suposta orientação do ex-procurador Marcelo Miller para fechar o acordo de delação premiada com a equipe do procurador-geral, Rodrigo Janot. Joesley, o diretor da empresa Ricardo Saud e o advogado Francisco Assis estão hoje na sede da PGR prestando depoimentos para esclarecer o teor desses áudios. Miller será ouvido amanhã.

“Acho que a decisão do que aconteceu esta semana, ela vai aprofundando as investigações, vai esclarecendo algumas polêmicas nos próximos dias em relação à delação da JBS. Mas acho que a procuradoria vai tomar a decisão correta. A procuradoria tem tomado decisões duras e não tenho dúvida nenhuma que, nesse caso específico, depois de ouvir os delatores hoje e o ex-procurador amanhã, vai tomar decisão dura como tomou em outros casos”, afirmou Maia, após assistir ao desfile de 7 de setembro, em Brasília.

Questionado se o clima político no país tinha melhorado após a revelação da gravação, que pode causar a revisão do acordo de delação da JBS, Maia disse que, no Brasil, os fatos têm ocorrido de uma forma muito rápida. Na segunda-feira, lembrou ele, um pouco antes da coletiva do procurador-geral da República, se discutia como ia ser a segunda denúncia da PGR contra o presidente Temer.

“Tivemos aquela coletiva que mudou tudo… Mudou tudo não, mas pelo menos gerou muita perplexidade em todos. Na terça, o episódio da Bahia [numa referência aos 51 milhões de reais encontrados pela Polícia Federal e atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima]; na quarta, o depoimento do Palocci. Então, é o que eu tenho dito às pessoas quando me perguntam o que estou achando da eleição de 2018: se só em uma semana foram tantos fatos, 2018 ainda faltam 100 anos para chegar”, afirmou.

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Maia foi ainda indagado sobre se a segunda denúncia contra Temer já chegará à Câmara desacreditada. “Nenhuma decisão da PGR tem descrédito. Pode ser aceita ou não como a primeira, mas nenhuma tem descrédito. Nós respeitamos os poderes, o STF, o Poder Executivo, respeitamos a PGR e o Ministério Público. Nada tem descrédito”, declarou o presidente da Câmara, lembrando, no entanto, que os deputados têm a soberania de decidir se aceitam ou não por maioria. “Agora, os deputados podem ter convencimento ou não de que há condições, há necessidade nesse momento ou não de aceitar a denúncia.”

(com Estadão Conteúdo)

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