Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Por que Mourão não entrou nos planos de Bolsonaro para a reeleição

O presidente e seus aliados dizem que a estratégia de colocar o general como vice, apesar dos conflitos, foi bem-sucedida. Os dois, porém, se afastaram

Por Rafael Moraes Moura, Letícia Casado Atualizado em 4 jun 2024, 12h37 - Publicado em 18 fev 2022, 06h00

Na campanha eleitoral de 2018, duas questões atormentaram o então candidato Jair Bolsonaro a partir do momento em que ele começou a despontar nas pesquisas: a possibilidade de sofrer um atentado (ele se recusava a viajar em jatos particulares por receio de sabotagem) e encontrar o perfil ideal do candidato a vice-presidente (desconfiava que forças ocultas poderiam infiltrar alguém em sua chapa para, mais tarde, conspirar contra ele). O atentado, como se sabe, ocorreu, embora tenha sido em terra firme e obra de um lunático. Com relação ao companheiro de chapa, o presidente considerou cinco opções antes de decidir, chegou a anunciar o nome do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, mas, horas antes da oficialização, mudou de ideia e escolheu o general Hamilton Mourão.

Na cabeça do presidente, Mourão serviria como um escudo de proteção contra eventuais “conspiratas”, uma das obsessões presidenciais. Afinal, o general não tinha vivência política e o partido dele, o PRTB, não tinha bancada nem expressão e, por isso, o militar jamais seria considerado uma alternativa de poder — diferentemente, por exemplo, de Michel Temer, o vice que, em 2016, assumiu o lugar de Dilma Rousseff após o impeachment. Logo nos primeiros meses de governo, porém, Bolsonaro entrou em choque com Mourão. O estilo bonachão e espontâneo do general, que gosta de conceder entrevistas e emitir opinião sobre qualquer assunto — muitas delas diametralmente opostas às do presidente —, levou Bolsonaro a desconfiar que o vice estava colocando em prática aquilo que ele temia.

Passados três anos, não há evidências de que o general tenha tentado sabotar o governo do ex-capitão. Pelo contrário. Bolsonaro e seus aliados dizem que a estratégia de colocar o general como vice, apesar dos conflitos, foi bem-sucedida. Os dois, porém, se afastaram. Mourão foi alijado do processo de tomada de decisões, especialmente depois de se reunir com alguns desafetos do presidente, como o ministro Luís Roberto Barroso, no auge do conflito com o TSE. Recentemente, o general até endossou posições abiloladas do ex-capitão em relação à vacinação de crianças, ao aumento do funcionalismo e à decisão de viajar para a Rússia, mas a relação entre os dois nunca mais foi a mesma. Fora da chapa neste ano, Mourão já definiu seu caminho: vai se candidatar ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

Publicado em VEJA de 23 de fevereiro de 2022, edição nº 2777

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.