Porta arrombada, R$ 900 e Queiroz dormindo: os detalhes da ação em Atibaia
Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse que tomava remédio para dormir e, por isso, não atendeu ao chamado da polícia
A operação que prendeu Fabrício Queiroz nesta quinta-feira, 18, começou cedo. Por volta das 4h, os policiais civis se reuniram para organizar a ação. Para evitar vazamentos, o nome do alvo não foi informado aos agentes que saíram para a rua, que acharam que cumpririam mais uma missão rotineira.
Ao chegar à casa de muros altos, em Atibaia, no interior de São Paulo, os policiais tocaram a campainha e baterem insistentemente na porta. Como ninguém apareceu, eles decidiram arrebentar as correntes e invadir a casa. Encontraram Queiroz dormindo em um quarto. Ele despertou, informou que não estava armado e explicou que toma remédio para dormir – por isso, não atendeu aos chamados.
Na casa, a polícia apreendeu uma quantia de 900 reais em dinheiro, documentos, como uma cópia do imposto de renda de 2019, receitas e relatórios médicos, e dois celulares. A operação, comandada pela equipe do delegado Nico Gonçalves, envolveu 20 policiais e promotores do Ministério Público de São Paulo, e ocorreu sem intercorrências.
Em seguida, Queiroz foi levado numa viatura para fazer exame de corpo delito e depois para a sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no centro de São Paulo – que fica perto do aeroporto Campo de Marte, para onde ele seria levado horas depois. De lá, embarcou em um helicóptero da Polícia Civil direto para o Rio de Janeiro.
O imóvel onde Queiroz estava abrigado pertence ao advogado Frederick Wassef, que atua como defensor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do presidente Jair Bolsonaro. Mais do que advogado da família, Wassef é um frequentador do círculo restrito da família Bolsonaro. Na terça-feira 17, ele marcou presença na posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, trocando sorrisos e cumprimentos com autoridades.