O presidente Lula tem sido pressionado pelos partidos do Centrão por mais espaço no governo. A pretensa reforma ministerial serviria para angariar tranquilidade na aprovação de pautas prioritárias para o governo e aumentar a participação da Câmara dos Deputados na representação dos cargos de primeiro escalão. Os líderes do grupo, no Congresso Nacional, querem nomear, ao menos, um ministro para uma pasta que tenha realmente representatividade.
Nesse contexto, o Progressistas está de olho no Ministério da Saúde que possui um orçamento grandioso – cerca de R$ 190 bilhões para esse ano – e capacidade de liberação de emendas que atendam as demandas de seus redutos eleitorais. O problema é que, segundo interlocutores próximos a direção do PT, o nome escolhido pela sigla foi preterido pelos petistas.
O Progressistas está em franca campanha para que o deputado federal licenciado Doutor Luizinho (PP-RJ) substitua a atual ministra Nísia Trindade. Na última propaganda partidária, o médico aparece ao lado do presidente Nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, falando sobre o seu trabalho pela saúde do estado do Rio de Janeiro. Atualmente, Luizinho é secretário do setor do governo de Claudio Castro (PL). Em sua rede social, ele também aparece vestindo uma camiseta de apoio a Jair Bolsonaro durante a campanha à presidência no ano passado.
Luizinho ganhou destaque por sua atuação como presidente da Comissão Externa de Combate ao Coronavírus em 2020 e 2021 e também chegou a ser sugerido para substituir o ex-ministro Eduardo Pazuello (PL-RJ) – hoje deputado federal – na pasta, durante o governo Bolsonaro. O médico é uma indicação do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL).
Porém, nem a força de Lira deve ajudar Luizinho a apagar o passado bolsonarista. A partir de agora, o Progressistas corre atrás de um nome que seja aceito pelos petistas.