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Preso em casa, José Dirceu presta solidariedade a Lula

Usando tornozeleira eletrônica, ex-ministro condenado a mais de trinta anos de prisão na Operação Lava Jato cobra mobilização da militância

Por Da Redação Atualizado em 9 abr 2018, 16h59 - Publicado em 8 abr 2018, 15h30
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  • O ex-ministro José Dirceu gravou uma mensagem de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso no sábado (7), em que classifica a prisão do líder petista como “ilegal e inconstitucional”, resultado de uma “longa perseguição judicial, de exceção”.

    A mensagem foi divulgada pelo site Nocaute, do jornalista Fernando Morais. Condenado duas vezes na Operação Lava Jato a penas que somadas ultrapassam trinta anos, José Dirceu cumpre prisão domiciliar em Brasília e está obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

    Apesar disso, Dirceu aproveitou para se dirigir aos militantes e cobrar “mobilização”, “resistência” e “luta”. “Muitos cairão, mas vamos continuar lutando. E temos que lutar em todas as frentes”, afirmou o ex-ministro.

    “Em eleições livres, limpas, nós venceremos como vencemos sempre. Por isso eles fraudam a eleição com o banimento de Lula da vida política do país. Uma tentativa vã, porque Lula voltará. Porque Lula somos nós, os milhões que estão com ele e sempre estarão”, disse na gravação.

    Lula está preso em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O petista chegou à capital paranaense na noite de sábado (7) e foi levado de helicóptero para o prédio, onde vai começar a cumprir a pena de doze anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele foi condenado no processo do tríplex no Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato.

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    O encarceramento de Lula acontece mais de dois dias depois de o juiz federal Sergio Moro ter decretado a prisão do político. No documento, o magistrado responsável pela Lava Jato deu a possibilidade para que Lula se apresentasse voluntariamente à Polícia Federal até as 17 horas de sexta (6). Ainda na noite de quinta, porém, o petista se enclausurou no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), onde recebeu o apoio de militantes e aliados políticos.

    Lula passou a noite no local e deixou estourar, na sexta, o prazo dado por Moro. Na manhã de sábado, participou de uma missa em memória da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faria aniversário, e discursou. Em sua fala, o petista atacou a Lava Jato e a imprensa, prometeu que ia se entregar e disse: “Não sou mais um ser humano, sou uma ideia”.

    A rendição de Lula, porém, não foi tranquila. Por volta das 17 horas, ele e seu advogado Cristiano Zanin tentaram deixar o local em um carro prata. Manifestantes favoráveis ao ex-presidente se aglomeraram na frente do local e não deixaram o veículo sair. Quase duas horas depois, enfim, o petista se entregou: saiu do sindicato a pé, cercado por uma multidão, e entrou em um carro da polícia sem identificação que o aguardava na rua de trás.

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