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Prisão de Moreira Franco implode MDB do Rio de vez

Três dos últimos quadro presidentes da legenda foram presos. Parlamentares falam em debandada

Por Leandro Resende, do Rio de Janeiro
21 mar 2019, 20h15
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  • A prisão do ex-ministro e ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco é mais um capítulo da derrocada do MDB fluminense. A legenda que já foi poderosa a ponto de indicar ministros e influenciar eleições presidenciais sobrevive, hoje, com apenas cinco deputados estaduais e três membros na bancada federal. E diante das prisões de diversos caciques, corre risco de perdê-los.

    Moreira Franco esteve na noite de quarta-feira, 20, em uma reunião da Executiva Nacional do MDB, em Brasília. Quem estava presente diz que o ex-ministro dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer estava tranquilo, e não fez uso da palavra no encontro – preparação para convenção nacional da legenda, em setembro.

    Desde que saiu do comando do MDB do Rio, em 2004, Moreira passou a dedicar mais tempo às atividades intelectuais do que à vida partidária. Até novembro de 2017: naquele mês, a prisão do ex-deputado estadual Jorge Picciani, principal articulador do partido e abatido pela Lava Jato, se tornou uma oportunidade. Próximo do então presidente Michel Temer, Moreira Franco abriu disputa com Leonardo Picciani, filho de Jorge, e Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016, pelo controle do partido. Não conseguiu.

    Primeiro político do PMDB a assumir o governo do Rio após a redemocratização (1986 – 1991), Moreira Franco presidiu a legenda até 2004, quando articulou para que Anthony Garotinho assumisse seu lugar. Depois de Garotinho, Picciani assumiu o posto. Dos três, só Garotinho está solto – embora já tenha passado três breves temporadas na cadeia.

    O ocaso do MDB já ficou exposto nas bancadas eleitas em 2018, sombra dos tempos em que Cabral e Picciani deram as cartas no estado: apenas cinco parlamentares foram eleitos. “O MDB precisa ser repensado”, resumiu à VEJA o deputado estadual Max Lemos, considerado o político com mandato mais próximo de Jorge Picciani. O partido conta, ainda, com três deputados federais fluminenses. Para se ter ideia, em 2014 o então PMDB elegeu 15 deputados estaduais – mais de 20% da Assembleia Legislativa do Rio – e nove deputados federais, três vezes mais que em 2018.

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    É difícil prever o futuro da legenda que viu seus principais líderes serem presos por suspeitas de corrupção. Antes de Moreira Franco, o último foi o também ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão, em novembro passado, a poucos dias do fim de seu mandato. Entre tantos presos, de líderes regionais a nacionais, há ainda Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados preso desde 2016, figura influente ao apadrinhar vereadores e prefeitos de cidades do interior.

    Para não cair de vez no ostracismo, o partido discutirá mudanças em seu estatuto na próxima convenção nacional, marcada para setembro. Deve ser debatida – só agora – a colocação de uma cláusula para lidar com os investigados e denunciados por corrupção. Presidente do MDB no Rio, Leonardo Picciani disse à VEJA que o momento exige “tranquilidade”. “A gente deve evitar açodamento. São processos que ainda não se concluíram. Quem for condenado irá cumprir a sua pena, e se alguém for inocentado, será tratado como inocente”.

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