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Procuradoria pede ao STF condenação e multa de R$ 4 mi a Gleisi

Senadora e o seu marido, Paulo Bernardo, são réus no STF pelo suposto recebimento de R$ 1 milhão em propina do esquema de corrupção na Petrobras

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 18h22 - Publicado em 24 nov 2017, 19h20

A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do ex-ministro Paulo Bernardo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em alegações finais à Corte, no âmbito de ação penal em que a senadora petista responde por suposta propina de 1 milhão de reais oriunda de contratos da Petrobras, Dodge pede multa de 4 milhões de reais como reparação de danos materiais e morais causados pelos supostos delitos.

A acusação contra Gleisi no STF tem base nas delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Eles revelaram que, em 2010, 1 milhão de reais do esquema de propinas da Petrobras foi destinado à campanha eleitoral da petista ao Senado. O ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP) também corrobora, em delação, com os depoimentos do doleiro e do ex-diretor da Petrobras.

“Finalmente, Alberto Youssef, de posse dos valores originados de contratos dissimulados firmados entre suas empresas e as construtoras participantes do esquema, efetivou pagamentos ilícitos, no caso em espécie, aos destinatários finais, inclusive a Gleisi Hoffmann”, afirma a procuradora-geral.

Raquel Dodge defendeu ainda que as penas à presidente do PT e a Paulo Bernardo sejam agravadas devido à longa experiência de ambos como políticos. “Mais que corrupção de um mero agente público, houve corrupção em série, de titulares de cargos dos mais relevantes da República, cuja responsabilidade faz agravar sua culpa na mesma proporção”, argumenta Dodge.

A chefe do Ministério Público Federal (MPF) ainda sustenta que a suposta propina “deturpou” a eleição disputada pela petista. “Além do enriquecimento pessoal, os crimes de corrupção visaram ao enriquecimento ilícito para finalidade eleitoral (motivo), deturpando o sistema representativo e desequilibrando (consequências) a indispensável lisura, paridade e isonomia das concorrentes forças políticas no processo eleitoral do regime democrático. Basta se ver que o valor de RS 1.000.000,00 corresponde a quase 50% do montante de receitas declaradas de Gustavo Fruet, candidato ao Senado no Paraná em 2010. Assim, o desequilíbrio que o valor causou às eleições é concreto”, anota.

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Roteiro da propina

No final de outubro, VEJA revelou com exclusividade um vídeo produzido pela Polícia Federal em que, acompanhado por um investigador, o advogado Antônio Carlos Pieruccini percorreu as ruas de Curitiba para mostrar como fez chegar a Gleisi quatro pacotes de dinheiro derivados do esquema de subornos montado na Petrobras. No vídeo, o advogado, que era contratado por Alberto Youssef para entregar propina e fez delação premiada, vai com o agente aos locais onde fez as entregas, cada uma de 250.000 reais. Ele conta detalhes sobre o que conversava quando contava o dinheiro da senadora.

O advogado da senadora, Rodrigo Mudrovitsch, diz que o delator mentiu com o único propósito de obter imunidade penal e que confia na absolvição de sua cliente. Leia mais em VEJA desta semana.

 

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