PSDB de São Paulo expulsa Alberto Goldman por ‘infidelidade partidária’
Ex-governador paulista criticava desde o ano passado o candidato ao governo do partido, João Doria; também foram expulsos Saulo de Castro e mais 15 filiados
O PSDB expulsou de seus quadros, nesta segunda-feira (8), o ex-governador de São Paulo e ex-presidente nacional do partido Alberto Goldman, que pertencia à sigla havia 21 anos, por “infidelidade partidária”. Também foram desligados da agremiação o atual secretário de Governo de São Paulo, Saulo de Castro, e mais 15 filiados. Cabe recurso.
A decisão, aprovada pelo diretório estadual e confirmada à imprensa pelo presidente municipal do partido, o vereador João Jorge, foi tomada um dia após a derrota nas urnas do presidenciável tucano Geraldo Alckmin, que obteve apenas 4,76% dos votos válidos no primeiro turno, e da confirmação de que o também tucano João Doria irá disputar o segundo turno com Márcio França (PSB), no próxima dia 28, pelo governo de São Paulo.
Goldman, que pertenceu ao MDB, estava filiado ao PSDB desde 12 de fevereiro de 1997. Ele começou a se desentender publicamente com João Doria no ano passado, quando publicou um vídeo dizendo que o então prefeito de São Paulo era “político sim, mas dos piores políticos que já tivemos aqui em São Paulo”. Ao se eleger, Doria se vendia como “gestor”, e não político.
Em resposta, o prefeito publicou à época outro vídeo chamando Goldman de “improdutivo” e “fracassado”. “Você coleciona fracassos na sua vida e agora vive de pijamas na sua casa. Fique com a sua mediocridade que eu fico com o povo que me elegeu, Alberto Goldman”, afirmou.
Nestas eleições, Goldman voltou a atacar Doria, que está no PSDB desde 2001. “Agora candidato a governador, João Doria novamente se coloca como gestor capaz de ‘acelerar’ São Paulo. A verdade é que tirou do papel muito pouco do que propagandeou como prefeito da capital”, disse. Ele também se manteve como um dos interlocutores de Paulo Skaf (MDB), que concorreu ao governo, mas ficou fora do segundo turno.
Goldman foi eleito vice-governador de São Paulo na chapa encabeçada por José Serra, em 2006. Em 2010, ele assumiu o cargo, no qual ficou por oito meses. Ele também já foi deputado estadual, deputado federal e ministro dos Transportes no governo Itamar Franco (MDB). A reportagem não conseguiu contato com ele. Ao jornal Folha de S.Paulo, ele afirmou não ter “nenhum panaca nesse partido (PSDB) que tenha condição moral de pedir a minha expulsão”.
Saulo de Castro foi secretário da Segurança Pública no governo Alckmin. Atualmente, é secretário de Governo na gestão de França, que era vice de Alckmin e assumiu após decisão do tucano de concorrer à Presidência. O diretório estadual diz que ele fazia campanha para o atual governador do PSB. Os outros 15 foram desligados por terem anunciado apoio a Jair Bolsonaro (PSL).