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PSOL confirma Guilherme Boulos como candidato à Presidência

Convenção do partido acontece neste sábado (21), em São Paulo. Sua vice será a líder indígena Sônia Guajajara

Por Da redação
Atualizado em 21 jul 2018, 19h37 - Publicado em 21 jul 2018, 11h35

O PSOL confirmou neste sábado (21) o nome de Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), como candidato à Presidência da República para as eleições 2018. Sua vice será a líder indígena Sônia Guajajara.

Ele anunciou que, se eleito, seu primeiro compromisso será anular atos do governo do presidente Michel Temer. Entre as medidas a serem revogadas, ele citou a reforma trabalhista, o regime fiscal que estabeleceu um teto aos gastos públicos e as concessões de áreas de exploração de petróleo a grupos estrangeiros.

São medidas que, segundo o candidato, fazem parte de uma agenda não escolhida pelo povo e que foi implementada pelo o que chamou de “quadrilha” comandada por Temer. Em seu primeiro discurso como candidato do PSOL, Boulos disse que a campanha não terá medo de defender temas como a legalização do aborto.

Aclamado pelos militantes como o “presidente que faz ocupação”, adiantou ainda que seu programa de governo inclui a desapropriação de prédios abandonados e a reforma agrária. Boulos sustentou ainda que sua campanha não aceita a prisão, que classificou como política, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Participam da convenção deste sábado, em São Paulo, 61 membros do diretório nacional além de parlamentares do partido, de pré-candidatos aos governos estaduais, à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal e às assembleias legislativas. A assessoria do PSOL também divulga a presença de militantes do MTST e de organizações indígenas.

Entre as lideranças estavam os deputados federais Luiza Erundina, Chico Alencar e Ivan Valente, além do deputado estadual Marcelo Freixo (RJ). Os discursos proferidos no evento foram marcados por críticas à agenda reformista e ao “genocídio da população negra” por forças policiais, passando por temas como o desmatamento, bem como a defesa de bandeiras como a taxação de fortunas.

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Quase todos lembraram também de Marielle Franco, vereadora do PSOL assinada a tiros na região central do Rio de Janeiro em março, junto com o motorista Anderson Gomes. Após quatro meses de investigação, a polícia ainda não chegou aos responsáveis pelo crime. Em homenagem à vereadora, girassóis foram distribuídos aos presentes.

A aliança de Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, com partidos do chamado Centrão (DEM, PP, PR, Solidariedade) também foi criticada. Chico Alencar acusou os tucanos de fazerem aliança com quem chamavam antes de “bandidos”. Sem citar o nome do tucano, Boulos disse que o bloco é a “turma do ex-deputado Eduardo Cunha”, ex-presidente da Câmara.

Aproximação com PT

Nas últimas semanas, Boulos se aproximou do PT em busca de apoio caso o líder petista seja impugnado pela Justiça Eleitoral. No dia 9, Boulos e o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, participaram de um colóquio promovido pelo Instituto Novos Paradigmas, em Porto Alegre (RS), cujo presidente do conselho é o ex-ministro Tarso Genro, uma das poucas lideranças petistas a romper o silêncio imposto pela direção partidária e falar publicamente sobre as alternativas do partido na disputa presidencial caso Lula seja barrado.

Além de Tarso, participaram do colóquio os deputados Maria do Rosário e Henrique Fontana, além do ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont. Segundo participantes, Boulos e Medeiros deixaram uma boa impressão entre os petistas. A repercussão favorável do encontro animou a cúpula da campanha de Boulos, que já fala em receber apoio de medalhões petistas caso Lula seja, de fato, impugnado.

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