A bancada do PT, que anunciou nesta sexta-feira a participação no bloco do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer que o “bloco de esquerda” indique uma mulher para a disputa pela presidência da Casa.
Ao menos é o que deseja a presidente do maior partido da Câmara, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). O PT conta com 54 deputados, e decidiu integrar o grupo de dez partidos que farão oposição à candidatura apoiada por Jair Bolsonaro, a de Arthur Lira (PP-AL).
A indicação de um pré-candidato para disputar a preferência com Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP), os favoritos de Maia, foi a condição para que o PT ingressasse na aliança — ao lado de outras siglas da esquerda, como PDT, PSB e PCdoB. “O que pesou para entrarmos no bloco de Maia foi o compromisso de defender a democracia, direitos civis e a independência do Legislativo”, disse Gleisi.
Neste sábado, Gleisi afirmou que está “mais que na hora de uma mulher ter protagonismo na disputa pela presidência da Câmara” e deu a entender que o PSOL também pode aderir ao bloco de Maia. Nos bastidores, o comentário é que a deputada tem tentando convencer a legenda.
“Na esquerda temos companheiras valorosas: Benedita da Silva, Lidice da Mata, Luiza Erundina, se o PSOL estiver no bloco. Todas c/ grande experiência parlamentar, vivência e conhecimento da Casa”, escreveu a presidente do PT nas redes sociais.
Com o apoio do PT, o bloco partidário liderado por Maia reunirá 280 dos 513 deputados. A maioria, contudo, não garante vitória ao eventual candidato do bloco: há dissidências no PSB e no PSL, que apoiarão Lira.