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PT insere legenda ‘apoia Haddad vice’ durante fala de Lula na TV

Partido tenta encontrar uma maneira de manter o ex-presidente no programa de televisão sem correr risco de ser multado pelo TSE por descumprir decisão

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 set 2018, 14h28

Em uma cruzada judicial para manter a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT adotou uma nova estratégia nesta quinta-feira 6 para evitar problemas com a Justiça em virtude da participação do petista, vetado pela Lei da Ficha Limpa, na propaganda veiculada na televisão.

Quando Lula apareceu na tela, em gravações feitas antes de sua prisão em abril, foi inserida a legenda “apoia Haddad vice” – ao rejeitar o registro do ex-presidente como candidato, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitiu que o ex-prefeito Fernando Haddad, postulante a vice na chapa petista, seguisse utilizando o espaço da coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT, PCdoB e Pros) no horário eleitoral, que é de 2 minutos e 23 segundos em cada bloco, o segundo maior tempo.

No entanto, os programas exibidos no sábado e na terça-feira foram alvos de contestação na Justiça, com o deferimento de liminares por ministros do TSE para que não fossem mais veiculados. O entendimento foi o de que o PT não deixava claro que o programa divulgava apenas o nome de Haddad para vice-presidente e que fera possível identificar Lula como se ele ainda fosse postulante ao Planalto. A Corte também definiu multa de 500.000 reais em caso de descumprimento, da qual o partido tenta escapar.

“Só tem um jeito para o Brasil: a gente voltar a acreditar no povo brasileiro. Voltar a inserir o povo na economia, com emprego, com financiamento e com crédito. O microempreendedor, o pequeno empresário. É preciso circular o dinheiro na mão das pessoas desse país. Se não, não tem crescimento econômico. Eu acredito no Brasil e juntos nós seremos capazes de reconstruir esse país economicamente e politicamente”, disse o petista enquanto a legenda era exibida.

Alckmin x Bolsonaro

Em seu programa, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, voltou a apostar no eleitorado feminino que rejeita a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). Alckmin exibiu dois depoimentos, um da sua candidata a vice-presidente, Ana Amélia (PP), outro da sua esposa, Lu Alckmin.

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“Nós, mulheres, não temos muito o que comemorar. Sofremos com a desigualdade, o preconceito e a violência. Isso tem que acabar. Estou nesta eleição para ajudar a mudar essa realidade. Por isso, escolhi estar ao lado de alguém experiente, sensível e capaz de fazer as mudanças que o Brasil tanto precisa. Geraldo Alckmin”, afirmou a vice.

Depois, o programa tucano elenca realizações atribuídas a Alckmin em São Paulo relacionados aos direitos das mulheres: um aumento de delegacias da mulher, um programa para mamografias, uma rede de combate ao câncer e investimentos em creches. Já a ex-primeira-dama do estado foi destaca por seus programas sociais no estado.

Com o maior tempo na televisão, 5 minutos e 33 segundos, Alckmin conta a história de Ailton Silva, o “Chef Brown”, que diz ter se beneficiado de um programa de formação técnica de padeiros apadrinhado por Lu Alckmin. Ao final do programa, uma locutora aparece para fazer o ataque direto a Bolsonaro, relembrando uma entrevista do candidato do PSL ao programa Superpop, da RedeTV!, em que ele afirmou que “não contrataria pelo mesmo salário” homens e mulheres.

“Outra dia, eu ouvi o Bolsonaro dizer que não contrataria uma mulher pelo mesmo salário de um homem”, diz. Neste momento, dois intérpretes de linguagem de sinais, um homem e uma mulher, aparecem na tela. “Ou seja, para o Bolsonaro seria normal a Amanda ganhar menos do que o Vinícius, mesmo os dois fazendo o mesmíssimo trabalho. Amanda, Vinícius, algum recadinho para o Bolsonaro?”. Os dois viram de costas.

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