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PT pede que PGR investigue empresa que faz campanha de Bolsonaro

Campanha de Fernando Haddad suspeita do uso de dinheiro público "não declarado" e uso de ferramentas tecnológicas para disseminar fake news

Por Da redação
Atualizado em 17 out 2018, 15h56 - Publicado em 17 out 2018, 10h41

O Partido dos Trabalhadores, do presidenciável Fernando Haddad, pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue a campanha de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), e a empresa AM4 Informática, que presta serviços ao candidato.

O partido vê abuso de poder econômico e suspeita do uso de dinheiro público “não declarado”, além da utilização de ferramentas tecnológicas para disseminar informações inverídicas com potencial de influenciar o resultado das eleições.

Em peça enviada ao vice-procurador geral, Humberto Jacques de Medeiros, o PT diz que tomou conhecimento da atuação da empresa por meio de reportagem do jornal O Globo em 7 de outubro, dia do primeiro turno.

De acordo com a notícia, a empresa contratada por Bolsonaro organizou grupos em diversas redes sociais para reverter episódios negativos com o nome do candidato do PSL e distribuir vídeos de corrupção envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Haddad. Na reportagem, Marcos Aurélio Carvalho, sócio-fundador da empresa, avalia que quem faz a campanha de Bolsonaro são “milhares de apoiadores voluntários”.

O PT reclama de que com essas ações, distribuindo mensagens por cerca de 1.500 grupos de WhatsApp, Bolsonaro conquistou 6,9 milhões de seguidores no Facebook e 3,8 milhões pelo Instagram, algo que, de acordo com o partido, não condiz com a estrutura da empresa, que tem quinze funcionários e que recebeu 100.000 reais desde a pré-campanha.

O pedido de investigação acrescenta que as mensagens distribuídas pela empresa são fake news (notícias falsas), danosas a Haddad e sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB), e que mais de 100 links com conteúdo inverídico foram retirados do ar.

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Outro lado

Por meio de nota, a AM4 repudiou o pedido de investigação, negou as acusações e disse que o requerimento “evidencia tão somente o despreparo da candidatura adversária em compreender o cenário atual das eleições e do próprio eleitorado, mais dinâmico e digital.” Também afirmou que adotará todas as medidas para a defesa de sua reputação, em especial pela denunciação caluniosa da coligação.

“O pedido não aponta – por inexistir – qualquer fato concreto, baseando-se apenas no expressivo número de seguidores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro no Instagram e Facebook, como se, supostamente, tivessem origem em informações falsas. O sucesso de Jair Bolsonaro nas redes não é de agora – é resultado de um trabalho de muitos anos, tanto dele, quanto de seus filhos, que cativaram milhões de brasileiros, tornando-lhes participantes ativos na campanha”, disse.

A AM4 acrescenta na nota que atua “há 19 anos completamente dedicada à inteligência digital, com respeito absoluto à ética, à transparência e à legalidade, e emprega dezenas de funcionários, atendendo a grandes clientes de diversos segmentos em todas as regiões do Brasil.”

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