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Quem é quem no bate-boca com Paulo Guedes na CCJ da Câmara

Ministro da Economia trocou farpas com deputados da oposição em comissão que vai analisar texto da reforma da Previdência

Por André Siqueira Atualizado em 4 jun 2024, 16h40 - Publicado em 3 abr 2019, 17h29

A sabatina de Paulo Guedes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, começou com um bate-boca entre o ministro da Economia e deputados da oposição. A análise do colegiado é o primeiro passo para a tramitação da reforma da Previdência.

O primeiro ponto que gerou insatisfação dos deputados foi o pouco tempo de fala: 5 minutos. Maria do Rosário (PT-RS), uma das primeiras a se manifestar, afirmou que o assunto tratado na CCJ era muito complexo e, portanto, não admitiria brevidades. A sequência de fala foi definida por ordem de inscrição e os deputados de oposição monopolizaram os primeiros questionamentos ao ministro.

Maria do Rosário
Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS), foi a primeira a reclamar do pouco tempo de fala (//Reprodução)

Entre um pedido de questão de ordem e outro, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR) – filho do delegado e também deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR) –, insistia, sem sucesso, em passar a palavra rapidamente para Paulo Guedes.

Enquanto citava a Previdência no Chile como exemplo, alguns parlamentares da oposição ironizaram a fala de Guedes. “Na Venezuela está melhor, não é?” rebateu o ministro.

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Francischini voltou à cena na tentativa de acalmar os ânimos na sessão. Enquanto isso, deputados gritavam contra Guedes e exibiam pequenos cartazes com os dizeres “PEC da Morte” e “Reforma para banco lucrar”.

CCJ da Reforma da Previdência
Deputado Ivan Valente (PSOL-SP) protesta contra o ministro Paulo Guedes com o cartaz da “PEC da Morte” (//Reprodução)

“Falem mais alto, não estou ouvindo”, provocou o ministro. Um dos mais exaltados era Henrique Fontana (PT-RS). “Vossa excelência que é o dono da verdade, não é?”, indagou Paulo Guedes. “Isso aqui não é briga de rua”, interferiu novamente Francischini.

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Paulo Guedes, ministro da Economia, participa da CCJ da Reforma da Previdência - 03/04/2019
Paulo Guedes, ministro da Economia, rebate provocações e pede para que deputados falem mais alto (TV Câmara/Reprodução)

Outro que criticou o ministro foi Reginaldo Lopes (PT-MG). Além de ironizar a intenção de Guedes de economizar 1 trilhão de reais com a reforma, alegando que o país precisa investir 1 trilhão de reais, o deputado, que está em seu quinto mandato, afirmou que o ministro da Economia é “mais perverso que Fernando Henrique Cardoso”. “Parece que só ele entende de Previdência”, “o último Gatorade [bebida isotônica] do deserto”, provocou.

Reginaldo Lopes
Reginaldo Lopes, deputado federal (PT-MG), ironizou competência de Paulo Guedes: ‘último Gatorade do deserto’ (//Reprodução)
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Mas o que encerrou a sessão na CCJ foi uma discussão com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que chamou o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro de “tchutchuca”.

Zeca, filho do ex-ministro José Dirceu (PT), disse que o ministro era “tigrão” quando a reforma tratava de aposentados, idosos, agricultores e professores, mas “tchutchuca” quando tratava dos mais privilegiados do país, banqueiros e rentistas. O ministro se revoltou com a declaração. “Tchutchuca é a mãe, é a avó”, afirmou Guedes ao deputado.

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A sessão virou uma confusão generalizada e foi encerrada. Deputados governistas tomaram as dores do ministro e bateram boca com Dirceu e outros parlamentares da oposição, que fustigaram o ministro durante a audiência de mais de seis horas. Houve ao menos três momentos em que houve tensão entre Guedes e parlamentares.

“Tchutchuca” e “tigrão” são referências à música “Tchutchuca”, que, lançada em 2001, alçou ao estrelato o grupo de funk carioca Bonde do Tigrão. Parte da letra diz “Vem, vem, tchutchuca / Vem aqui pro seu tigrão”.

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