A candidata à presidência da República Marina Silva (Rede) criticou, nesta quinta-feira, 20, em Taubaté, interior paulista, a tentativa de transformar as eleições de 2018 num plebiscito já no primeiro turno.
A ex-ministra já havia criticado nesta quarta-feira, 19, em entrevista ao fórum Amarelas ao Vivo, organizado por VEJA, a possibilidade de a decisão de voto dos eleitores ser baseada não em suas afinidades com os candidatos, mas apenas naquele que eles não querem ver eleito.
Referindo-se à polarização entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) sugerida em pesquisas de opinião recentes, Marina afirmou que os brasileiros “não vão cair nessa canoa furada de fazer uma eleição plebiscitária”. “Os grupos que se alimentam da polarização não querem que a população mude de verdade, então querem que o povo desista do seu voto e se oriente única e exclusivamente pelas pesquisas. A verdadeira pesquisa de um cidadão livre e consciente é no dia 7 de outubro, vamos ter não um plebiscito, mas um veredicto da população”, afirmou.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta quinta-feira, o capitão reformado do Exército lidera as pesquisas com 28% das intenções de voto, enquanto o ex-prefeito de São Paulo aparece com 16% dos votos, tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT), que tem 13% da preferência. Marina Silva tem 7% dos votos.
Marina participa nesta quinta-feira de debate entre os presidenciáveis na TV Aparecida, canal ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Após caminhada no centro da cidade, ela voltou a criticar os partidos da “velha política”, dizendo que PT, PSDB e MDB terão de explicar por que não fizeram pelo Brasil quando tiveram chance e agora tentam voltar.
“O povo brasileiro deve estar unido para combater aquelas propostas que querem retomar o autoritarismo dos saudosos da ditadura ou aqueles que já tiveram uma chance e usaram a chance que tiveram para enriquecimento ilícito”, disse Marina. “O povo brasileiro é o único que pode unir os ideais, as esperanças, para miudar, e não permitir que aqueles que já tiveram uma chance venham novamente querer destruir o que ainda resta do Brasil”, completou.
A candidata também falou do Plano Vida Digna, que articula ações nas áreas de infância, saúde e proteção à mulher. “Quando as mulheres têm escola em tempo integral e creche elas podem estudar e podem trabalhar”, afirmou. “Vamos melhorar o Sistema Único de Saúde para que ele tenha eficiência no atendimento e seja um atendimento rápido e trate as pessoas com respeito.”