Rede consegue assinaturas para instalar CPI da Amazônia no Senado
Segundo Randolfe Rodrigues (AP), líder da oposição, objetivo será apurar aumento de desmatamento e queimadas e suposta omissão do governo Jair Bolsonaro
A Rede Sustentabilidade conseguiu nesta terça-feira, 27, o número mínimo de assinaturas (27) para a instalação da CPI da Amazônia no Senado, que terá o objetivo, segundo o partido, de apurar o aumento do desmatamento de queimadas na região. “Vamos passar a limpo e encontrar os culpados dessa tragédia”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na Casa.
A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, no entanto, depende da autorização do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que é senador também pelo Amapá, um dos nove estados que compõem a chamada Amazônia Legal.
Segundo Randolfe, a CPI tentará apurar se o aumento dos crimes ambientais na Amazônia está relacionado a “ações ou omissões governamentais, especialmente na disponibilização e aplicação de recursos financeiros e na utilização dos instrumentos de prevenção, controle e fiscalização dos órgãos governamentais, além de identificar os possíveis responsáveis”.
O requerimento de instalação da CPI pede ainda a “avaliação do sistema e estrutura de combate ao desmatamento, com apontamento da adoção de providências cabíveis para promover a redução desses índices; análise dos motivos e impactos da paralisação do Fundo Amazônia e avaliação da pertinência da contratação de empresas privadas para realizar o trabalho de monitoramento que já é feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Um dos pontos que deverão ser alvos de investigação é o chamado “Dia do Fogo”, que teria ocorrido no Distrito de Cachoeira da Serra, em Altamira (PA), no dia 10 de agosto, quando, em suposta ação orquestrada, proprietários rurais teriam queimado partes da mata. O requerimento também pede que a CPI analise denúncias de imposição de dificuldades de acesso da imprensa às informações do Ibama e do ICMBio.