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RS quer fechar prédios públicos para julgamento de Lula

Secretaria de Segurança quer que unidades de IBGE, Receita Federal, Incra e Serpro, localizadas no entorno do TRF4, cancelem atividades dos dias 23 e 24

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 17h34 - Publicado em 17 jan 2018, 08h44
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  • A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul pediu o fechamento de todos os prédios públicos do parque Maurício Sirotsky Sobrinho, conhecido como parque da Harmonia, no entorno da sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. A 8ª Turma Penal da Corte vai analisar, no dia 24, um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sergio Moro no caso do tríplex no Guarujá (SP).

    A uma semana do julgamento, o esquema de segurança foi reforçado em Porto Alegre. O efetivo foi ampliado na área do tribunal. A Brigada Militar está de prontidão no local e equipes da Polícia Federal e até do Exército já estão em atividade. Estão previstas manifestações contra e a favor do petista.

    O secretário Cezar Schirmer disse que já pediu, por meio de ofício, a suspensão das atividades dos órgãos públicos instalados no parque. Incra, Receita Federal, IBGE e Serpro – empresa federal de processamento de dados – deverão fechar na véspera e no dia do julgamento. Ele afirmou também que já recebeu sinalização de que o pedido será atendido.

    “A democracia pressupõe a convivência de contrários, respeito às divergências, então os contra e os a favor querem se manifestar, vão se manifestar democraticamente. Queremos protegê-los e proteger a população de Porto Alegre. Não queremos nenhum incidente violento, queremos respeito à ordem pública e à lei”, disse Schirmer.

    Para unir as forças de segurança, foi montado o Grupo de Gestão Integrada (GGI) com corporações do Estado, da União e do município. O GGI agrega Brigada Militar, polícias CivilFederal Rodoviária (Estadual e Federal), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Exército, Marinha, Aeronáutica, Bombeiros e Defesa Civil. O grupo foi formado no início deste mês.

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    Uma reunião operacional do GGI definirá nesta quinta-feira 18 a função de cada órgão e os acertos finais da operação. Schirmer disse também que 150 homens da Força Nacional de Segurança, que já atuam em Porto Alegre desde o ano passado, serão deslocados.

    Umas da principais preocupações é com a chegada de manifestantes à cidade. Schirmer já recebeu representantes da Via Campesina, do Movimento sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para tratar de segurança. Nesta quarta-feira 17, ele vai se reunir com representantes de partidos de esquerda. Em São Paulo, CUT e Movimento Brasil Livre (MBL), contrário a Lula, disputam a Avenida Paulista e nesta quarta vão se reunir com a Polícia Militar.

    ‘Morte’

    Em meio à preocupação com a segurança em Porto Alegre, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse ao site Poder360, para cumprir um eventual pedido de prisão de Lula, haverá prisões e mortes. “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”, afirmou Gleisi. Após a repercussão, ela tentou minimizar a declaração afirmando que usou uma “força de expressão para dizer quanto Lula é amado pelo povo brasileiro”.

    No Twitter, a petista se envolveu em outra polêmica. Ao criticar editorial do jornal O Globo, que fala da responsabilidade do PT pela segurança em Porto Alegre,  ela chamou o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr. (PSDB) de “prefeito fake news” e classificou o texto de “chinfrim”. “Chinfrim é ser corrupto e nariz empinado. ‘Fake’ é a origem do patrimônio dos teus comparsas”, afirmou Marchezan Jr.

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