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‘Se a elite tem medo que eu me candidate, pode ficar’, diz Lula

Em manifestação no centro de Curitiba após depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente diz que, se eleito, pode rever medidas adotadas por Temer

Por Guilherme Venaglia, em Curitiba
Atualizado em 13 set 2017, 20h26 - Publicado em 13 set 2017, 20h12

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou por pouco mais de 10 minutos no centro de Curitiba após o seu depoimento ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira em processo da Operação Lava Jato. A fala, na Praça Generoso Marques, foi em tom de enfrentamento com os seus críticos e de reiteração de sua candidatura à Presidência da República em 2018. “Se a elite tem medo que eu me candidate, é bom eles ficarem. Porque eu vou”,  disse, ao final do discurso.

Antes, Lula criticou os envolvidos nos processos em que é acusado, fazendo uma comparação com a Guerra do Iraque e o ex-presidente George W. Bush, que havia atacado o país árabe alegando que ele possuía armas químicas, o que não se comprovou. “O mentiroso tem que ficar com a mentira para o resto da vida . É que nem o Bush, que disse que tinha arma química no Iraque e nunca disse ‘me desculpe, eu estava errado'”, afirmou. “Me acusaram injustamente e quero ver pedirem desculpas”, disse.

Sobre a economia, o ex-presidente falou em retomar o crescimento a partir de subsídios para a indústria e chegou a dizer que convocará um plebiscito para rever medidas do presidente Michel Temer (PMDB), como a reforma trabalhista  – na plateia havia muitos militantes de entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

No microfone, os responsáveis pelo ato anunciaram um público de cerca de sete mil pessoas.  Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, havia 2.000 pessoas.

Provocações

No início da fala de Lula, um helicóptero sobrevoou o local onde estavam os apoiadores do ex-presidente com um painel de LED que trazia mensagens como “A lei é para todos” e afirmações de que Lula é corrupto.

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Após a fala da senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, foi anunciada a execução do Hino Nacional “porque este país também é nosso”. Entre os militantes, a declaração foi vista como uma provocação, já que o uso de símbolos nacionais, em especial a bandeira e as cores verde e amarela, é comum a grupos que atuam em defesa da Lava Jato e contra o ex-presidente.

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