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Se esquerda ‘radicalizar’, ‘novo AI-5’ é resposta possível, diz Eduardo

Em entrevista, filho do presidente classificou disputa com militância esquerdista como 'guerra assimétrica'. 'A gente tem que estar atento', afirmou

Por Redação
Atualizado em 31 out 2019, 17h03 - Publicado em 31 out 2019, 13h14
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  • O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse em uma entrevista à jornalista Leda Nagle divulgada nesta quinta-feira, 31, que se a esquerda no Brasil “radicalizar”, uma resposta possível é a edição de “um novo AI-5”.

    O Ato Institucional nº 5, ao qual Eduardo se referiu, foi baixado em 13 de dezembro de 1968 e abriu caminho para a radicalização da ditadura militar (1964-1985), com cassações e suspensão de direitos políticos, institucionalização da censura à imprensa, além do endurecimento da repressão com tortura, mortes e desaparecimentos de membros de oposição.

    A declaração de Eduardo foi dada quando ele foi questionado a respeito dos protestos no Chile e a eleição de Alberto Fernández na Argentina, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Ele citou o uso de recursos do BNDES na obra do porto de Mariel, em Cuba, o programa Mais Médicos e a produção de petróleo na Venezuela como fontes de dinheiro a possíveis “revoluções” de esquerda.

    “Agora eles têm condições de financiar isso em um nível muito maior aqui na América Latina. A gente vai ter que encarar de frente isso daí. Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, afirmou o filho Zero Três do presidente.

    Para Eduardo, a disputa com a militância de esquerda é uma “guerra assimétrica”, na qual o inimigo é de “difícil identificação”. “Não é uma guerra onde você está vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto, mas a gente tem que estar atento”, disse.

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    Lembrado pela jornalista sobre a declaração que deu em 2018, de que bastariam “um cabo e um soldado” para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Bolsonaro afirmou que apenas reproduziu uma “brincadeira ouvida na rua” e que foi mal interpretado.

    “Eu falei essa frase em maio ou julho e esse vídeo veio à tona dias antes da eleição, para tentar tachar no Jair Bolsonaro ‘olha, o filho dele deixou escapar a intenção de fechar o STF'”, afirmou. “Quantos meios de comunicação foram fechados? Quantos políticos foram presos? Quantas imprensas foram censuradas? Nenhuma, nada”.

    Marco Aurélio

    O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, criticou a declaração do filho do presidente. “Quanta impropriedade. Estão solapando a democracia”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo.

     

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