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Sem DEM e PP, Paulo Skaf fica isolado na disputa em São Paulo

Presidente licenciado da Fiesp deve ter menos de 15% do tempo fixo e de inserções reservadas para candidatos a governador na TV e no rádio

Por Estadão Conteúdo 14 jun 2018, 09h54

O ex-prefeito João Doria (PSDB) vai anunciar nesta quinta-feira o apoio do DEM à sua pré-candidatura ao governo paulista, enquanto o PP prevê formalizar na sexta-feira (15), seu ingresso na coligação do governador Márcio França (PSB), que vai disputar a reeleição. As duas articulações deixam o presidente licenciado da Fiesp, o empresário Paulo Skaf (MDB), isolado na disputa paulista e com menos de 15% do tempo fixo e de inserções reservadas para candidatos a governador na TV e no rádio.

Sem opções de aliança com partidos médios e grandes, o MDB paulista admite que deve entrar sozinho na campanha. “Eu não vou vender a alma para o diabo para fazer coligação”, disse Skaf. Na última pesquisa Ibope/Band, divulgada no final de maio, Doria estava na liderança com 22% das intenções de voto, contra 15% de Skaf, 4% de Luiz Marinho (PT) e 3% de Márcio França.

Com o apoio do PP, o governador assume de vez o posto de pré-candidato que mais siglas conseguiu reunir nessa disputa. São 16 no total, o que lhe assegura o maior tempo de televisão — cerca de 30% em cada bloco de 9 minutos do horário eleitoral para governador e no conjunto das inserções, o que dá 2 minutos e 46 segundos. Doria tem o segundo maior tempo, com 2 minutos e 25 segundos ou 27%. Skaf sozinho terá 1 minuto e 15 segundos.

Apesar de bem colocado nas pesquisas, o isolamento de Skaf preocupa parlamentares do partido em busca da reeleição e desperta desconfiança sobre a viabilidade de sua candidatura. Na terça (12), o presidente licenciado da Fiesp foi novamente pressionado a reafirmar que não aceita disputar o Senado em reunião com líderes do partido. Estavam presentes o pré-candidato à Presidência, Henrique Meirelles, o líder da Câmara dos Deputados, Baleia Rossi, e os deputados estaduais Jorge Caruso e Jooji Hato.

Doria, que agora poderá ter como vice o líder do DEM na Câmara, Rodrigo Garcia, diz que reserva uma vaga em sua chapa para Skaf disputar o Senado. França também aceitaria fazer aliança com o empresário, de quem diz ser amigo pessoal. A aliados, no entanto, Skaf rechaça qualquer alternativa que não seja a eleição pelo governo e aposta que, chegando ao segundo turno, vai reunir todos os partidos que estão hoje com o governador e também o PT numa briga direta contra Doria.

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“Ir sozinho na atual conjuntura não é ruim. Skaf vai fazer uma campanha de não agressão e, no segundo turno, pode juntar mais partidos numa disputa eventual com Doria”, disse o vereador Ricardo Nunes (MDB).

Tiroteio

Nos bastidores, aliados de Doria ignoram Skaf e tentam polarizar a disputa com França. “O Doria é o primeiro nas pesquisas. Sendo o favorito, é natural que atraia mais aliados. Já França usa a máquina para costurar apoios. Já Skaf não é favorito e não tem máquina”, disse o deputado Marco Vinholi, líder do PSDB na Assembleia. “Há um fortalecimento do Márcio França, e não é só por causa da máquina. Quando mais ele fica conhecido, mais ele sobe. Já com Doria é o contrário”, disse o deputado Barros Munhoz (PSB).

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