Na movimentada seara de escândalos nacionais, Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), surgiu como um cometa e sumiu do espaço sem deixar vestígios. A aparição espetacular, como se sabe, ocorreu no fim de 2018, a partir do momento em que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou em sua conta a dinheirama suspeita. A tese do Ministério Público é a de que ela é fruto de um sistema de coleta e de repasse de dinheiro de funcionários do gabinete de Flávio, quando o Zero Um era deputado estadual no Rio de Janeiro. O enrolado Queiroz enrolou-se ainda mais nas explicações. Mencionou em um primeiro momento lucros de vendas de carros usados e, depois, disse que recolhia parte dos salários dos funcionários do gabinete a fim de contratar mais gente para a equipe do chefe, sem conhecimento do próprio.
O desaparecimento nos últimos meses fez da pergunta “Cadê o Queiroz?” um bordão popular nas redes sociais e entre políticos da oposição sempre que querem cutucar o presidente. “Cabe a ele explicar. Eu também quero saber onde está o Queiroz”, diz Flávio Bolsonaro, ao ser perguntado sobre o tema. VEJA o encontrou no Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no Morumbi (zona sul da cidade), mesmo bairro onde ele mora. Queiroz faz tratamento contra um câncer de intestino. No local são oferecidos consultas e serviços como quimioterapia e radioterapia.
O desaparecimento do ex-assessor durante tanto tempo deixou para uma parcela da opinião pública a impressão equivocada de que ele estaria fugindo da Justiça. O fato é que não há nenhuma ordem de prisão contra ele nem mesmo uma determinação para que deponha. Queiroz, sua mulher, suas filhas e Flávio Bolsonaro alegaram diferentes razões para não comparecer ao MP, mas nenhum deles foi denunciado à Justiça por isso. Os promotores também não chegaram a pedir a prisão temporária ou preventiva dos investigados. Com os tribunais do Rio sempre contrários à tese de inocência de Flávio Bolsonaro, a defesa apostou suas fichas nas cortes de Brasília. E conseguiu em julho que o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, suspendesse todas as investigações criminais que usam, sem autorização judicial, dados detalhados de órgãos como o Coaf, o que beneficiou Flávio Bolsonaro.
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