O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016 e condenado a 197 anos e onze meses de prisão, deu uma procuração a seu advogado, João Bernardo Kappen, para que negocie uma delação premiada com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O advogado Rodrigo Roca, que cuidava da defesa do ex-governador desde 2016, quando Cabral foi preso, afirmou que deixou o caso após a decisão de fazer uma delação premiada. “Não compactuo com delação premiada. Não defendo delatores”, afirmou Roca a VEJA.
Em sua delação, o ex-governador promete incluir membros do Judiciário, como juízes do TJ-RJ e STJ, e ex-chefes do Ministério Público do Rio de Janeiro. Cabral também promete detalhar as ações realizadas na Copa do Mundo de 2014 e na compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Cabral foi preso por liderar um esquema de corrupção, mas nega o recebimento de propina e favorecimento à empreiteiras. O ex-governador, no entanto, admitiu caixa 2 com dinheiro de campanha eleitoral. Ele confirmou a movimentação de dinheiro doado por empresários e não contabilizado.