Horas após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública era mentiroso, Sergio Moro foi às redes sociais para rebater a acusação do antigo chefe. Em seu perfil no Twitter, o ex-juiz disse: “Tenho visto uma campanha de fake news nas redes sociais e em grupos de whatsapp para me desqualificar. Não me preocupo; já passei por isso durante e depois da Lava Jato. Verdade acima de tudo. Fazer a coisa certa acima de todos” — em alusão ao slogan do governo: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
A declaração é tida como uma represália ao comentário do presidente e dos filhos dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro. O filho Zero Três de Jair afirmou que “Nunca é demais lembrar que JB (em uma referência ao pai, Jair Bolsonaro) foi eleito sem apoio da imprensa ou da classe política. Assim, seu governo não é atrelado a nenhum ministro ou pessoa específica e sim tão somente ao seu apoio popular”.
Já Carlos publicou uma foto de Moro ao lado do senador Aécio Neves e dos deputados federais Rodrigo Mais e Joice Hasselmann.
Entenda
A demissão de Maurício Valeixo da direção da Polícia Federal foi a gota d’água para Sergio Moro. Na visão de Moro, símbolo da Operação Lava-Jato e um dos ministros mais populares do Governo Bolsonaro, a troca de Valeixo por Alexandre Ramagem, atual diretor da Associação Brasileira de Inteligência (Abin) reforçaria as seguidas tentativas de Bolsonaro interferir politicamente na Polícia Federal. Por causa do embate, Moro pediu demissão na última sexta, 24, sendo a segunda baixa do governo em oito dias — no dia 16 de abril, Luiz Henrique Mandetta foi substituído por Nelson Teich no comando do Ministério da Saúde.