Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Suíça confirma envio ao Brasil de informações em investigação sobre Serra

Ao negarem recurso de empresário, juízes suíços afirmam que investigação concluiu que Odebrecht pagou R$ 10,8 milhões a campanhas do senador e do PSDB

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 10 jan 2019, 18h45 - Publicado em 10 jan 2019, 18h41
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Justiça suíça autorizou o envio de informações bancárias ao Brasil para compor investigação que apura supostos repasses da Odebrecht a campanhas do PSDB e do senador José Serra (SP) por meio de instituições financeiras locais. A decisão final, tornada pública na manhã desta quinta-feira, 10, negou um recurso de um empresário que pedia a suspensão da cooperação entre as procuradorias dos dois países.

    Ao barrar o recurso, os magistrados suíços sustentaram que as suspeitas dos investigadores brasileiros se baseiam na análise de computadores e servidores que continham “e-mails, tabelas, justificação de pagamentos” e outros dados mantidos pela Odebrecht para subornar políticos. Ainda conforme a decisão, a análise do material levou os procuradores brasileiros a concluírem que houve um pagamento total de 10,8 milhões de reais da construtora a contas que beneficiariam o senador tucano em 2006, 2007 e 2009.

    Apenas em uma das contas, a empresa offshore Circle Technical Company Inc recebeu 11 depósitos, entre junho e dezembro de 2006, totalizando 2,1 milhões de reais. Cada parcela variava de 145.000 reais a 245.000 reais.

    A mesma offshore ainda recebeu em 2007 mais 2,4 milhões de reais, fracionados em 12 parcelas, cada uma no valor de 200.000 reais. Uma segunda empresa investigada ainda recebeu, entre 2006 e 2009, 6,2 milhões de reais da Odebrecht. O dinheiro seria para apoiar “campanhas eleitorais”, incluindo presidenciais.

    O recurso negado

    Em agosto de 2017, o Ministério Público suíço já havia atendido a um pedido de procuradores brasileiros e fornecido todas as movimentações bancárias nos onze anos anteriores envolvendo offshores investigadas. Cinco meses depois, em 5 de janeiro de 2018, a Justiça de Berna autorizou o envio de dados das contas ao Brasil.

    Continua após a publicidade

    No entanto, a Circle Technical Company Inc e seu dono, José Amaro Pinto Ramos, considerado operador do PSDB, entraram com recurso contra a remessa das informações. Em setembro do ano passado, os advogados de Amaro e da offshore argumentaram aos juízes suíços que a cooperação não poderia continuar já que, em 28 de agosto 2018, o STF reconhecia a “extinção da punibilidade” de José Serra e de outros implicados no mesmo inquérito, porque o senador tem mais de 70 anos.

    A Justiça suíça, contudo, rejeitou o argumento afirmando que o acordo entre Brasil e Suíça “não prevê a prescrição como uma base para impedir uma cooperação”. “Por essa razão, a queixa poderia ser rejeitada sem nova avaliação”, apontou.

    Além disso, os juízes indicaram que, assim que receberam tal argumento, pediram uma explicação urgente por parte das autoridades brasileiras e a resposta apontou que a limitação ocorria pela idade de Serra. “Mas nada é dito sobre o restante da investigação”, alertam os magistrados suíços, que deixaram claro a potencial importância dos documentos para desvendar eventuais crimes cometidos por outros suspeitos. De acordo com eles, os brasileiros não indicaram que querem abandonar o caso.

    Continua após a publicidade

    Os magistrados ainda defenderam a troca de informações com o Brasil. “É precisamente para melhor entender a relação entre a Odebrecht e membros do PSDB que os investigadores brasileiros precisam da documentação do banco sob litígio”, defendeu o tribunal. Segundo a corte, o pedido de cooperação “satisfaz todas as exigências formais” e o recurso, portanto, “precisa ser rejeitado”.

    “A utilidade potencial da documentação bancária é obvia, independente se o status de limitação foi imposto (no Brasil), já que as investigações tentar reconstruir todas as ofensas supostamente cometidas por outras pessoas, assim como pelos implicados”, completou.

    Defesas

    Em nota, o PSDB afirmou que desconhece quaisquer valores originados da Odebrecht e repassados às empresas citadas. “Todos os recursos recebidos pelo PSDB de São Paulo foram oriundos de doações legais, depositados em contas oficiais, e a prestação de contas feita de maneira regular e rigorosa à Justiça Eleitoral”, diz o partido.

    Continua após a publicidade

    O senador José Serra também negou qualquer tipo de irregularidade. “Todas as campanhas de José Serra sempre foram realizadas com rigor técnico para demonstrar aos eleitores as melhores propostas ao Brasil. E as contas, sempre aprovadas pela Justiça Eleitoral, ficaram a cargo do partido”, afirmou a assessoria do tucano, também por meio de nota.

    O advogado Eduardo Carnelós, defensor do empresário José Amaro Pinto Ramos, não retornou o contato feito pela reportagem e os demais citados não foram encontrados.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.