Temer diz ter força para resistir contra quem quer parar o Brasil
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot poderá apresentar uma nova denúncia contra o presidente durante encontro dos Brics na China
Antes de embarcar para uma viagem de sete dias pela China, o presidente Michel Temer (PMDB) publicou um vídeo em que diz ter força suficiente para resistir contra as pessoas que querem parar o Brasil. A mensagem pode ser interpretada como uma indireta ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que poderá apresentar nos próximos dias uma nova denúncia contra o peemedebista.
“Sabemos que tem gente que quer parar o Brasil, e esse desejo não tem limites. Querem colocar obstáculos ao nosso trabalho, semear a desordem nas instituições, mas tenho a força necessária para resistir, porque o que estamos fazendo é necessário e serve apenas à sociedade brasileira”, disse Temer.
Quando encaminhou a primeira acusação, por corrupção passiva, Janot optou por fatiar o inquérito em que o presidente é investigado a partir das delações da JBS, mantendo em curso as investigações por obstrução à Justiça e organização criminosa.
Agora, a expectativa é que sejam esses os delitos a justificar a nova ação contra Temer. O trâmite seria o mesmo: o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, encaminharia a denúncia à Câmara, que teria de decidir se autoriza ou não o Supremo à processar o presidente. No último dia 2, a denúncia foi rejeitada no plenário por 263 votos contra 227.
Para Temer, “o momento pede sobriedade, responsabilidade e paciência”. “Nenhuma força me desviará desse rumo”. O presidente afirmou que os brasileiros estão insatisfeitos com a política porque “sofreram muito e amargaram grandes decepções”. “Mas, no fim, sempre torcem para dar certo. Vai dar certo. Não vamos deixar que a agenda negativa venha a abater nosso ânimo.”
Temer participará do encontro dos Brics, grupo formado pelo Brasil mais China Rússia, Índia e África do Sul. Ele declarou que pretende aproveitar a viagem para atrair a atenção de investidores do país asiático para o programa de privatizações que anunciou recentemente.
“Temos uma relação comercial com os chineses. Isso precisa ser mantido. Em segundo lugar, viajo para ampliar nossas relações. A China poderá ser uma das grandes investidoras nos nossos projetos de concessões que anunciei na semana passada”, disse. “Eles poderão fazer a diferença em investimentos nas áreas de energia, portos, aeroportos, na área do agronegócio e nas finanças.”
Temer viaja acompanhado pelos ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, do Planejamento, Dyogo Oliveira, dos Transportes, Maurício Quintella, da Agricultura, Blairo Maggi, de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, e do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra. A comitiva também é composta por parlamentares.