Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Temer decide revogar decreto sobre uso de Forças Armadas no DF

Ministro da Defesa afirmou que presidente pretende responsabilizar envolvidos em atos de vandalismo e que pacificação justifica suspensão da medida

Por Da Redação
Atualizado em 25 Maio 2017, 15h10 - Publicado em 25 Maio 2017, 11h20

O presidente Michel Temer (PMDB) reuniu-se na manhã desta quinta-feira com cinco ministros e decidiu revogar o decreto que convocou as Forças Armadas para garantir a ordem na Esplanada dos Ministérios – depois que a manifestação contra o governo e as reformas trabalhista e da Previdência ganhou cenas de violência, quebradeira e enfrentamento entre manifestantes e policiais.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), escalado na quarta por Temer para anunciar a convocação dos militares, estava na reunião. Além dele e do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o encontro contou com a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) .

Em pronunciamento após a revogação da medida, Jungmann afirmou que o governo vai se movimentar judicialmente para punir os envolvidos nos conflitos entre policiais e manifestantes. “Evidentemente, o senhor presidente decidiu acionar a Advocacia-Geral da União para que sejam feitas perícias em toda a Esplanada para que seja levado à Justiça e que os responsáveis venham a pagar pelos danos cometidos e responder penal e criminalmente por esses atos inaceitáveis no regime democrático”, declarou.

Na edição extra do Diário Oficial da União publicada exclusivamente para a revogação do decreto, Temer justifica a decisão de suspender o policiamento dos militares alegando que houve “a cessação dos atos de depredação e violência e o consequente restabelecimento da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. No pronunciamento, o ministro leu uma fala do presidente, em que Michel Temer alega que “não há democracia sem ordem”.

O governo argumentou ontem que alguns ministérios estão vulneráveis por causa de depredações e por isso não revogou a medida ainda na quarta. Os prédios ficaram abertos e sem segurança, o que justificaria a permanência das Forças Armadas na vigilância contra saques e invasões.

O decreto, que previa o emprego dos militares no Distrito Federal até o dia 31 de maio, provocou reações imediatas no Congresso Nacional. O Palácio do Planalto pediu que os ministérios compilassem e reunissem imagens das câmeras de segurança mostrando os estragos para ajudar a defender a decisão de invocação das tropas militares. Essas imagens podem servir também para identificar e enquadrar criminalmente as pessoas responsáveis pela depredação.

Continua após a publicidade

O Planalto alegou que recorreu ao Exército e à Marinha porque a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) não conseguiu controlar os manifestantes e conter o que considerou uma “barbárie”. Na Câmara, o anúncio de que as Forças Armadas tinham sido chamadas provocou bate-boca entre deputados e a sessão foi suspensa por trinta minutos. Opositores classificaram a medida como uma espécie de formalização do “estado de exceção”.

‘Grande Acerto’

Em entrevista à Rádio CBN, o ministro Raul Jungmann afirmou que foi um “grande acerto” a convocação dos militares para conter a manifestação. Ele reconhece a possibilidade de que o decreto seja revogado ainda nesta quinta-feira. “Se o comandante da área, general Ferreira Gomes, informar que estamos em tranquilidade, que não existe nenhum foco de resistência, que não existe possibilidade de retornar ao clima anterior, obviamente daremos a sugestão ao presidente que seja revogada”, afirmou o ministro.

Segundo o ministro, que defendeu a decisão, a situação na Esplanada era “uma perda de controle progressiva”. “Tínhamos incêndios em prédios de ministérios, servidores apavorados e encurralados dentro desses prédios, e tínhamos uma situação que estava fugindo do controle, não sei onde ia parar”, afirmou. Questionado se a PMDF estava preparada para conter os manifestantes, o ministro afirmou que a PM “fez o seu trabalho”, mas disse acreditar que “ela não conseguiu dar conta da violência e da quantidade de manifestantes violentos que lá estiveram”.

Rodrigo Maia

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, Jungmann afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), era quem havia pedido a intervenção diante da violência dos manifestantes na Esplanada dos Ministérios. O anúncio, porém, parece ter criado um mal-estar com o presidente da Casa, que afirmou ter pedido apoio da Força Nacional de Segurança Pública apenas para o entorno do prédio da Câmara. Jungmann disse que, na noite de quarta, ligou para Maia.

“Ele estava presidindo a sessão e ficou de conversar comigo”, explicou o ministro, que disse que, da sua parte, “não houve mentira nenhuma”. “Ao chegar ao Palácio, a informação que eu tinha era que o presidente (da Câmara) havia solicitado uma ação das Forças Armadas e, depois, o que se verificou é que ele tinha solicitado a Força Nacional de Segurança”, afirmou. Ainda de acordo com o ministro, a Força Nacional tinha “pouco mais de 100 homens”. “Era insuficiente para conter os atos de vandalismo.”

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.