O presidente Michel Temer (MDB) voltou à carga contra o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, na manhã desta quinta-feira. Doze horas depois de uma primeira gravação, publicou outro vídeo em que se defende das críticas de Alckmin ao seu governo relembrando que o entorno do tucano é formado por aliados que integram a base aliada desde a posse do emedebista, em 2016.
Se na primeira filmagem o presidente citou que as áreas criticadas pelo candidato do PSDB foram comandadas por políticos de partidos que hoje apoiam Alckmin, na segunda o foco de Temer foi o espaço que a própria legenda do tucano ocupou na Esplanada. Temer relembra as nomeações dos ex-ministros José Serra (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades) quando tomou posse e afirma que “trouxe o PSDB para o Palácio do Planalto” quando aumentou a participação tucana com a nomeação do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para chefiar a articulação política do governo em 2017.
“O PSDB, Geraldo, apoiou o meu governo. Não faça como aqueles que falseiam e que mentem para conseguir votos influenciado pelo marqueteiro. Conte exatamente a verdade”, concluiu o presidente. Ao todo, o PSDB chegou a ter quatro ministros no governo de Temer, contando ainda com Luislinda Valois, que comandou a pasta dos Direitos Humanos. Hoje, o único que permanece é Aloysio Nunes, que substituiu Serra no Itamaraty.
Temer é o presidente mais impopular desde a redemocratização. Seu governo é considerado ruim ou péssimo por 73% da população segundo pesquisa Datafolha divulgada no dia 22 de agosto. A iniciativa, entretanto, não deixa de revelar alguma heterodoxia: se ligar o PSDB de Alckmin ao governo do emedebista é uma estratégia esperada pelas candidaturas de oposição, o presidente usa a própria impopularidade para tentar prejudicar o tucano.
Primeiro vídeo
Ontem, o presidente veio a público pela primeira vez, para reagir aos programas de Alckmin de criticam seu governo. Na gravação, Temer cita áreas mencionadas pela propaganda do tucano e relembra os hoje aliados do presidenciável do PSDB que comandaram as respectivas pastas.
Foram mencionados pelo emedebista os ex-ministros Mendonça Filho (Educação), do DEM, Ricardo Barros (Saúde), do PP, Marcos Pereira (Indústria e Comércio), do PRB, além do PTB, que dirigiu a pasta do Trabalho. Os quatro partidos fazem parte da coligação que apoia Alckmin para a Presidência. “A verdade é que nós fizemos muito por essas áreas, conduzidas por aqueles que hoje apoiam a sua candidatura”.
Segundo a coluna Radar, os vídeos são apenas o começo das respostas públicas que o presidente pretende fazer aos candidatos que o criticam. Na mira, para as próximas gravações, está Fernando Haddad, candidato a vice-presidente na chapa do PT.