Apesar do bombardeio da crise, o presidente Michel Temer aparenta serenidade. Na tarde de quinta-feira, ao receber VEJA em seu gabinete no Planalto, só demonstrou emoção em três momentos: ao falar da repercussão do escândalo em sua família, ao defender o coronel João Baptista Lima Filho e ao garantir que não deixará o cargo: “Não saio daqui. Não saio mesmo”. Encerrada a entrevista, fez duas revelações: tem medo de estar sendo grampeado e nunca se sentou na cadeira presidencial (“que Lula encomendou à Nasa”). Ele despacha na grande mesa redonda do gabinete.
O senhor pediu para suspender seu depoimento à polícia até que a perícia da gravação de sua conversa com o empresário Joesley Batista fosse concluída. Isso é fundamental, considerando que o senhor não negou o conteúdo da conversa? Processualmente é fundamental que se faça a perícia pela via oficial, o Instituto de Criminalística da Polícia Federal. A partir daí é que podem surgir as perguntas.
O senhor tem o direito de não responder às perguntas que lhe serão formuladas. Pretende responder a elas? Não sei. Quando vierem as perguntas é que eu vou examinar. Primeiro preciso ver o teor delas. O ministro Fachin teve a delicadeza de determinar que fossem respondidas por escrito. Quando chegarem, eu vou meditar sobre elas.
O senhor disse que não sabia que Joesley Batista estava sendo investigado quando o recebeu no Palácio do Jaburu. Quando ele começou a contar que tinha no bolso procuradores e juízes, não lhe ocorreu que ele poderia estar com problemas na Justiça? Sempre o tive como um sujeito de fanfarronices, falastrão. Um sujeito que quer mostrar prestígio. Ele queria mostrar prestígio. Eu não dei maior relevância àquilo. Confesso, adequada ou inadequadamente, não importa, não dei a menor importância.
Para ler a entrevista na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.