O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que tem certeza que não haverá vazamentos das delações feitas pelos executivos e ex-executivos da Odebrecht dentro da Operação Lava Jato. As colaborações foram homologadas hoje pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.
“De vez em quando sai um ou outro (vazamento), mas eu confesso que, estando lá no Supremo, eu duvido que haja vazamento”, afirmou. “Eu conheço a seriedade, a competência, a exação (correção), a extraordinária capacidade administrativa e judicial da presidente Cármen Lúcia, eu tenho certeza que vazamento não haverá“, complementou.
Um dos 77 depoimentos, o do ex-diretor de relações institucionais da empreiteira Cláudio Melo Filho, vazou em dezembro e atingiu em cheio Temer – que foi citado 43 vezes na delação – e outros políticos próximos ao presidente, como os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o líder do governo no Congresso, Romero Jucá, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, todos do PMDB.
Temer afirmou achar correta a homologação das delações pela presidente do STF após a morte do relator responsável pelo caso na Corte, Teori Zavascki, em um acidente de avião em Paraty (RJ). “Fez o que tinha de fazer”, disse.
Sobre a manutenção do sigilo sobre as colaborações, determinada por Cármen Lúcia, Temer afirmou que não iria opinar. “Ela manteve o sigilo, esta é uma decisão do Judiciário, eu não posso dar palpite em relação a isso”, disse o presidente em Serra Talhada (PE), onde participou de inaugurações de obras.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)