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Terceira via: pouco voto, falta de consenso e perspectiva ruim

Defensores de uma alternativa à polarização estão longe de um acordo que permita a construção de uma candidatura competitiva

Por Daniel Pereira Atualizado em 19 fev 2022, 19h28 - Publicado em 19 fev 2022, 19h10

Em meados do ano passado, políticos de diferentes partidos conversavam sobre a construção de uma candidatura competitiva capaz de rivalizar, na sucessão presidencial de 2022, com os favoritos Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Em reuniões e almoços, muitos deles abertos à imprensa, os entusiastas da terceira via diziam que trabalhariam para lançar um nome de consenso, alguém que unisse líderes da centro-esquerda, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e da centro-direita, como o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia. Na época, falava-se até que os dois poderiam formar uma chapa, o que comprovaria o manancial de possibilidades à mesa. Dizia-se também que, diante dos níveis de rejeição de Lula e Bolsonaro, o centrista escolhido logo deslancharia nas pesquisas. O plano era que o concorrente do grupo fosse anunciado em março deste ano, mais tardar abril.

Até aqui, nada deu certo. Em vez de consenso, a terceira via lida com uma pulverização de candidaturas, que estão distribuídas entre o segundo pelotão e a rabeira das pesquisas. Ciro Gomes marcha convicto para ser candidato a presidente pela quarta vez. Em entrevista a VEJA, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) deixou claro que espera o apoio dos demais postulantes, por supostamente ter mais chance de vitória. O governador João Doria (PSDB) quer continuar no páreo com a ajuda de Moro, que desistiria. Simone Tebet (MDB) descarta ser vice e alega que tal possibilidade só é cogitada — por Moro e Doria, por exemplo — porque é a única mulher na disputa. Ou seja: ninguém está disposto a fazer concessão em nome do projeto de centro. E isso é um senhor problema.

Especialistas dizem que a terceira via tem um potencial de voto de 20% a 30%. Com vários pré-candidatos, esse butim acaba diluído. Se houver consenso para o lançamento de um único concorrente, ele terá mais chance de captar esse eleitorado. Em sua mais recente pesquisa, a Quaest perguntou aos entrevistados quem eles gostariam que vencesse a eleição presidencial. Do total, 45% disseram Lula, 24% Bolsonaro e 25% “nem Lula nem Bolsonaro”. A fatia dos “nem nem” alimenta o sonho dos centristas, mas mesmo ela tem caído. Em julho do ano passado, por exemplo, era de 31%.

Outro dado mostra a janela se estreitando. Na pesquisa espontânea, aquela em que não é apresentada uma lista de candidatos ao entrevistado, os indecisos ainda são maioria, 48%, mas em julho do ano passado eram 57%. No mesmo intervalo, a intenção de voto em Lula, na espontânea, passou de 21% para 28%.

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Três levantamentos divulgados em fevereiro revelaram que nenhum nome da terceira via chega a 10% das intenções de voto. Alguns deles, para piorar a situação, têm rejeição de mais de 50%. Tal desempenho semeou um problema adicional aos pré-candidatos do grupo. Dentro de seus próprios partidos, há pressão para que não seja lançado candidato ao Planalto, o que permitiria que os recursos dos fundos partidário e eleitoral fossem investidos principalmente nas eleições para a Câmara dos Deputados e, de forma secundária, para os  governos estaduais. Moro, Doria e Simone Tebet lidam com essa pressão interna. Nenhum deles quer apoiar o outro, mas, em público, todos se dizem abertos ao diálogo. A encenação faz parte do jogo.

 

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