TJ mantém condenação de Bolsonaro por resposta a Preta Gil e falas ao CQC
Em 2011, ao extinto programa de TV, o hoje presidente disse que filhos não poderiam ser gays pois foram "bem educados"
Por três votos a um, desembargadores da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decidiram manter a condenação do presidente Jair Bolsonaro por declarações emitidas em 2011, em entrevista ao extinto programa CQC, então exibido pela TV Bandeirantes. Ele foi condenado a pagar 150 mil reais por danos morais ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD), do Ministério da Justiça. As informações foram divulgadas pela Globo News.
Em 2011, perguntado pelo programa sobre como reagiria se tivesse um filho gay, Bolsonaro disse que isso não aconteceria pois eles tiveram “uma boa educação”.
No mesmo quadro, questionado pela cantora Preta Gil sobre como reagiria se um de seus filhos se apaixonasse por uma mulher negra, o então deputado federal Jair Bolsonaro respondeu: “eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o seu”. Ele também afirmou que não viajaria em um avião pilotado por um cotista.
Após condenação em primeira instância na Justiça do Rio, o presidente ingressou com um recurso. Nesta quinta-feira 9, porém, a maioria dos desembargadores votou por manter a decisão.
A ação civil pública foi ajuizada pelo Grupo Diversidade Niterói, Grupo Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Grupo Arco-Íris de Conscientização. Bolsonaro ainda pode recorrer a tribunais superiores para reverter o caso.
Veja, abaixo, as declarações de Bolsonaro ao ‘CQC’: