Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Tratar influência política como corrupção é ‘grande exagero’, diz Maia

Relatório da PF também atribuiu ao presidente da Câmara os crimes de lavagem de dinheiro e caixa dois, por repasses da Odebrecht em eleições de 2010 e 2014

Por Estadão Conteúdo 27 ago 2019, 18h18

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta terça-feira, 27, o relatório final da Polícia Federal (PF) que atribui a ele os crimes de corrupção passiva, caixa dois e lavagem de dinheiro em esquemas da Odebrecht. O documento afetou o mercado financeiro na segunda-feira, 26, quando foi divulgado.

Maia hoje é considerado o principal fiador das reformas no Congresso e um contraponto às posições do presidente Jair Bolsonaro. Analistas do mercado justificaram a preocupação afirmando que o presidente da Câmara é um fator de estabilidade frente à insegurança política que ronda o Planalto.

“É democrático (o relatório da PF). Não sou daqueles que critico análise. Faço a crítica no mérito. E no mérito você tratar de influência política como ato de corrupção é um grande exagero por parte de quem seja. Acredito nas instituições. Para isso, nós temos um sistema em que eles fazem a investigação e a PGR faz a avaliação”, afirmou Maia.

Líderes partidários afirmaram que a reação do mercado é “natural” e “previsível” dada a instabilidade política do país nos últimos anos. De acordo com duas lideranças do chamado Centrão, bloco formado por DEM, PP, PL, Republicanos e Solidariedade, não há, neste momento, chance de o Parlamento perder a confiança em Maia à frente das reformas.

Os parlamentares afirmam ainda que o cenário atual diverge dos últimos anos por dois aspectos: o primeiro é que as acusações contra Maia não trazem elemento novo e não há, hoje, uma força política organizada no Congresso para fazer uma oposição política capaz de abalar o apoio do presidente da Câmara.

Continua após a publicidade

Abuso

O relatório da PF aponta que Maia teria recebido 350 mil reais nas eleições de 2010 e 2014. O documento afirma que ele e seu pai, o vereador carioca Cesar Maia (DEM), praticaram crime eleitoral “na modalidade ‘caixa 3’, ao apresentar apenas as informações de cunho estritamente formal das doações repassadas por empresas interpostas quando o verdadeiro doador era o Grupo Odebrecht”.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin deu 15 dias para a procuradora-geral, Raquel Dodge, decidir se oferece denúncia – ela também pode devolver com solicitação de novas investigações.

Aliados de Maia viram a medida como uma reação de grupos da Polícia Federal ao projeto de abuso de autoridade, aprovado no dia 16 de agosto. O presidente da Câmara é o principal defensor da proposta e já disse que pode derrubar eventuais vetos que o governo construa. Entidades ligadas à PF e outras instituições do Judiciário e segurança pública querem o veto da maior parte da proposta.

Continua após a publicidade

“Não acho que tem relação com a Previdência, que tem relação com o abuso de autoridade. Eles (PF) estão cumprindo com o papel deles, agora a PGR vai cumprir a dela e depois o Supremo (Tribunal Federal). Da mesma forma como quando a gente vota o abuso, o extra teto, a reforma administrativa, eu quero o mesmo respeito que eu tenho pelos dois delegados que concluíram o inquérito”, afirmou o presidente da Câmara.

Maia, no entanto, minimizou as acusações. “O inquérito de mais de dois anos tinha que terminar. Geralmente, o investigador não gosta de terminar as suas investigações dizendo que não encontrou nenhum fato além daquilo que o delator falou. E cria um caminho porque não encontrou nada de concreto em relação a caixa dois. Tem doação oficial, e a relação da doação oficial é porque eu tinha influência. Esse é o ato de desvio? É legítimo, mas infelizmente muitas vezes o final de uma investigação como é contra a política nunca pode ser sem ampliações dos indícios iniciais”, afirmou Maia.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.