O Tribunal Superior Eleitoral vai realizar neste domingo, às 14h, uma entrevista coletiva, em Brasília, para tratar das medidas que vêm sendo adotadas para garantir lisura das eleições e responder a questionamentos levantados no pleito. O encontro chegou a ser marcado para esta sexta (19), depois que o jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem segundo a qual empresas pagaram, em contratos que chegariam a 12 milhões de reais, pelo envio em massa de conteúdos contra o candidato Fernando Haddad (PT) pelo WhatsApp.
A entrevista coletiva, entretanto, foi adiada sob alegação de incompatibilidade na agenda de autoridades. Devem participar a ministra Rosa Weber (presidente do TSE), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Sérgio Etchegoyen, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Rogério Galloro.
Nesta sexta-feira o ministro do TSE Jorge Mussi abriu a Ação de Investigação Judicial Eleitoral pedida pelo PT contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. O ministro, porém, negou as medidas cautelares solicitadas pela campanha da Haddad para busca e apreensão em empresas e a adoção de medidas de contingência pelo WhatsApp no prazo de 24 horas. Ele afirmou que os pedidos não poderiam ser concedidos porque a ação está baseada apenas em reportagem jornalística.
Por outro lado, ao longo da campanha, o candidato Jair Bolsonaro lançou suspeitas sobre as urnas eletrônicas alegando possibilidade de fraude. A última entrevista concedida por Rosa, que tem perfil reservado e não costuma falar com a imprensa, ocorreu no último dia 7 de outubro, data do primeiro turno. Na ocasião ela reafirmou a confiabilidade do sistema de votação adotado pelo TSE.
Em relação à temática das fake news, o Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições do TSE se reuniu na terça-feira (16) por teleconferência, com representantes do WhatsApp, para discutir a proliferação de notícias falsas no aplicativo. O encontro ocorreu cerca de uma semana depois do conselho se reunir pela primeira vez durante a campanha eleitoral.
(com Estadão Conteúdo)