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Veja quais tucanos, além do condenado Azeredo, são investigados na Justiça

De caixa dois a desvio de dinheiro de merenda escolar, ao menos seis correligionários de Azeredo são investigados ou réus em processos

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h13 - Publicado em 22 Maio 2018, 14h34

Depois de PT, MDB e PP, os sócios do petrolão, chega a vez de o PSDB ver um dos seus atrás das grades. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) decidiu, nesta terça-feira, 22, rejeitar o último recurso possível do ex-governador mineiro e ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo contra sua condenação em segunda instância e expedir um mandado de prisão contra o tucano. Acusado de desviar 3,5 milhões de reais de estatais mineiras à sua campanha à reeleição, em 1998, Azeredo será detido para cumprir a pena de 20 anos e dez meses de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

O ex-governador de Minas, no entanto, não é o único grão-tucano às voltas com a Justiça. Entre réus e alvos de inquéritos, do caixa dois ao desvio de merenda escolar, ao menos seis correligionários de Eduardo Azeredo entraram na mira das suprapartidárias investigações anticorrupção que eclodiram no país nos últimos quatro anos. Veja quais são:

Aécio Neves (MG), senador

O senador Aécio Neves é réu no STF

Ex-presidente do PSDB e candidato do partido à Presidência da República em 2014, o senador Aécio Neves (MG) é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à Justiça. Ele será julgado na Segunda Turma do tribunal pelo episódio em que foi gravado pelo empresário e delator Joesley Batista, sócio do Grupo J&F, a lhe pedir 2 milhões de reais para supostamente custear sua defesa na Operação Lava Jato. O dinheiro foi entregue em espécie a um primo de Aécio e a Polícia Federal filmou as remessas. O tucano nega as acusações.

Além da ação penal, o senador mineiro responde no Supremo a sete inquéritos: quatro no âmbito das delações premiadas de executivos da Odebrecht; um que apura suposto recebimento de propina na estatal elétrica Furnas; um que investiga supostas propinas da JBS ao tucano, além dos 2 milhões combinados por Joesley; e ainda um inquérito que apura suposta atuação dele para maquiar dados da CPI dos Correios, em 2005.

 

Geraldo Alckmin (SP), ex-governador de SP

O pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), durante sessão no Congresso Nacional, em Brasília (DF) - 25/04/2018

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Presidente do PSDB e pré-candidato do partido à Presidência na eleição de 2018, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é investigado pelo Ministério Público de São Paulo em um inquérito eleitoral e em um inquérito civil. As duas investigações tratam de supostos pagamentos que totalizariam 10,3 milhões de reais em caixa dois às campanhas de Alckmin nas eleições de 2010 e 2014, relatados nas delações premiadas de executivos da Odebrecht. Os valores teriam sido entregues ao empresário Adhemar Ribeiro, cunhado do tucano, e ao secretário de Desenvolvimento Econômico paulista, Marcos Monteiro. A apuração tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em função do foro privilegiado de Geraldo Alckmin como governador. Com a renúncia dele para disputar a eleição de outubro, o caso foi remetido à primeira instância. Alckmin nega as suspeitas.

 

José Serra (SP), senador

O telhado alheio

Candidato do PSDB à Presidência da República em 2002 e 2010, o senador José Serra (SP) é investigado em um inquérito no STF que apura se ele recebeu 23,3 milhões de reais em propina da Odebrecht nas eleições de 2010. O dinheiro seria referente a contratos da empreiteira para a construção do Rodoanel durante a gestão de Serra como governador de São Paulo e teria sido entregue a dois emissários indicados pelo tucano, o empresário Ronaldo Cezar Coelho e o tesoureiro do PSDB, Márcio Fortes. Além de José Serra, o inquérito no STF investiga também Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, a estatal rodoviária paulista. Conhecido como Paulo Preto, Souza foi preso em abril e solto há duas semanas por um habeas corpus dado pelo ministro Gilmar Mendes. As investigações encontraram 113 milhões de dólares em uma conta de Paulo Preto na Suíça.

Aloysio Nunes Ferreira (SP), ministro

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) durante reunião extraordinária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em Brasília (DF) - 08/04/2014

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Ministro das Relações Exteriores no governo do presidente Michel Temer (MDB), Aloysio Nunes Ferreira é alvo de um inquérito aberto no STF a partir das delações da Odebrecht. Nunes é suspeito de ter recebido 500.000 reais em uma doação de caixa dois da empreiteira na eleição de 2010, quando ele foi eleito senador por São Paulo. Em petição ao Supremo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que “é fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes. Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse”.

Aloysio Nunes nega a acusação e, à época da manifestação de Dodge, sua assessoria afirmou que ela “erra gravemente”. “Na verdade, os delatores não foram capazes de esclarecer quem pagou, nem onde, nem muito menos quem recebeu os recursos”, diz o texto.

 

Beto Richa (PR), ex-governador do PR

Com mais de 55% dos votos, Beto Richa é reeleito governador do Paraná

O ex-governador do Paraná Beto Richa é investigado em um inquérito que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob responsabilidade do juiz federal Sergio Moro. A ação apura se Richa favoreceu a Odebrecht na licitação da rodovia PR-323, na região noroeste do estado. Assim como no caso de Geraldo Alckmin, o inquérito contra o tucano paranaense foi enviado à primeira instância pelo STJ depois que o ex-governador renunciou ao cargo para disputar as eleições de 2018.

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Fernando Capez (SP), deputado estadual

Fernando Capez

O deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo Fernando Capez foi colocado no banco dos réus pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) por suposta participação no caso conhecido como “máfia da merenda”, descoberto na Operação Alba Branca, deflagrada em 2016. Capez é acusado pelo Ministério Público paulista de receber 1,1 milhão de reais em propina de uma cooperativa que fraudou contratos da Secretaria de Educação de São Paulo para fornecimento de suco de laranja a escolas estaduais. O dinheiro, diz o MP, foi empregado na campanha do tucano em 2014. A defesa de Fernando Capez nega que ele tivesse participação no esquema.

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