O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), definiu o primeiro nome do seu secretariado no Palácio dos Bandeirantes. Coordenador da campanha vencedora, o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP), vice-governador eleito, será o novo secretário de Governo, assumindo a condução de projetos e a articulação política com a Assembleia Legislativa.
Entre os demais nomes cotados, técnicos próximos a Doria e políticos capazes de ampliar a força do governo no Legislativo. No segundo grupo, aparecem os nomes do também ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) e do deputado estadual eleito Frederico D’Ávila (PSL).
Kassab hoje comanda o Ministério de Ciência, Tecnologia e Comunicações do governo Temer, que já foi prometido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o astronauta Marcos Pontes (PSL). Presidente nacional do PSD, quinta maior bancada da Câmara com 34 deputados, ele deve ser escolhido por Doria caso não seja convidado a assumir outra pasta no futuro governo federal.
Já D’Ávila, presidente da Sociedade Rural Brasileira, poderia trazer consigo a adesão do PSL ao governo do tucano em São Paulo. O partido de Bolsonaro fez a maior bancada da Alesp, com quinze deputados estaduais. O parlamentar eleito foi um dos autores do programa de governo do PSL para a área da agricultura.
Técnicos
Segundo interlocutores, o tucano cogita nomes que não conseguiu emplacar na Prefeitura da capital em 2016. O nome preferido de Doria para a Fazenda, por exemplo, é o da economista Ana Carla Abrão, que é conselheira do tucano e já foi secretária da Fazenda do governo de Goiás.
Em 2016, ela foi sondada para ocupar a mesma pasta na capital paulista quando o tucano foi eleito prefeito, mas declinou do convite. Em seu lugar, Doria convidou o economista Caio Megale, que permanece até hoje na gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB). Ex-chefe de gabinete de Doria, Wilson Pedroso pode assumir a Secretaria da Casa Civil ou ser secretário particular do governador. Braço-direito do tucano, ele é um dos responsáveis por coordenar a transição ao lado de Rodrigo Garcia.
Para a Educação, o educador Mozart Neves Ramos, ex-secretário em Pernambuco e diretor do Instituto Ayrton Senna, é o nome mais cotado dentro da equipe do futuro governo. Mozart também foi sondado pelo tucano em 2016. Da mesma forma, Doria voltou a flertar com o médico e empresário Cláudio Lottenberg para comandar a Saúde. Ex-presidente do Hospital Albert Einstein e presidente da United Health, empresa que comprou a Amil, ele já havia sondado há dois anos para compor a equipe municipal.
Mudança total
No entorno de Doria é dado como certo de que nenhum secretário do governador Márcio França (PSB), adversário do tucano no segundo turno, permanecerá na nova gestão, incluindo quadros do PSDB, como o atual secretário de Governo, Saulo de Castro, que apoiou França na eleição e teve pedido de expulsão do partido aprovado pela executiva municipal da legenda e depois revogada pela executiva nacional.
Ainda assim, ex-secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB), como o médico David Uip (Saúde), podem voltar para o governo. Da mesma forma, secretários que deixaram a Prefeitura junto com Doria em abril deste ano, como Julio Serson (Relações Internacionais), devem voltar para a máquina pública. Na Comunicação, o atual subsecretário municipal, Fábio Santos, pode subir da Prefeitura para o Estado.
(Com Estadão Conteúdo)