O que se sabe sobre o novo susto na saúde do papa Francisco
No domingo 9, em um evento dentro das celebrações do chamado Ano Santo, sentiu falta de ar e teve de interromper a homilia

A saúde do papa Francisco, de 88 anos, não anda bem já faz algum tempo — e ele mesmo, ao feitio da transparência defendida pela Ordem dos Jesuítas, da qual faz parte, trata de expô-la, sempre que possível, e sem sensacionalismo. Ele usa um andador ou bengala para se movimentar pelo edifício Santa Marta, adjacente à Basílica de São Pedro, no Vaticano, onde mora. Em meados de janeiro, caiu e foi levado a proteger o braço direito com uma tipoia. Um tempo antes, tinha machucado o queixo ao tropeçar. São ocorrências comuns a um homem de sua idade — nem mesmo a ostensiva proteção de que é alvo elimina os riscos. O pontífice, nesse aspecto ao menos, tem problemas terrenos. No domingo 9, em um evento dentro das celebrações do chamado Ano Santo, no qual tratava de questões das Forças Armadas, sentiu falta de ar e teve de interromper a homilia. Estancou o discurso e foi direto ao ponto, passando os papéis para o arcebispo italiano Diego Ravelli. “Agora me desculpo um pouco e peço ao mestre que continue a leitura, por dificuldades na respiração”, disse. Em 2023, diagnosticado com bronquite, ele chegou a ser internado. Desde os 21 anos de idade, o argentino Jorge Mario Bergoglio não tem um naco de um dos pulmões. Mas ele segue firme e, mesmo depois do susto, continuou a despachar nos salões da Santa Sé, embora com discrição e cautela. Houve rumores de renúncia, como fez Bento XVI. São descabidos, até porque o antecessor de Francisco não deixou o trono por achar que estava com problemas metabólicos insolúveis. Longa vida ao papa.
Publicado em VEJA de 14 de fevereiro de 2025, edição nº 2931