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“A revista impressa vai voltar com tudo”

Em entrevista pelos 75 anos da Abril, Nizan Guanaes fala sobre sua parceria com a editora, o impacto da publicidade em VEJA e o valor atemporal das revistas

Por Ana Carolina Pereira, Ligia Barcala e Davi Rocha
Atualizado em 5 jul 2025, 23h02 - Publicado em 4 jul 2025, 16h18

Aos 75, a Abril inicia uma série de entrevistas com personalidades que ajudaram a escrever sua história — e que foram impactadas por ela. O primeiro convidado é o estrategista de comunicação e CEO da N Ideias, Nizan Guanaes, um nome que se confunde com a própria evolução da publicidade brasileira e que tem a Editora Abril marcada em sua trajetória.

De conversas com Roberto Civita, o então diretor editorial do Grupo Abril, a campanhas icônicas para marcas como Parmalat e Itaú, veiculadas nas páginas das marcas Abril, Nizan fez e faz parte da editora como anunciante, parceiro e personagem. Atendeu a conta da Revista VEJA, criou anúncios memoráveis e acompanhou de perto os movimentos da imprensa brasileira.

Nesta conversa, relembra momentos marcantes, celebra a reinvenção da editora e aposta: o impresso não só resiste, como pode voltar a liderar.

Para começar: quando sua história se encontra com a da Abril? Vou começar essa entrevista com a frase que o Roberto Civita sempre falava quando a gente se encontrava: “Are You Having Fun?”. Nós tínhamos uma relação profunda e de parceria. Eu comprava praticamente todas as quartas capas de VEJA, todas. Tudo que era de Parmalat, por exemplo, como os bichinhos da Parmalat, foi feito na base principalmente de VEJA. Quando fiz a campanha do Fernando Henrique Cardoso, em 1994, toda sexta-feira à noite ia ansioso nas bancas para ver o que a VEJA ia publicar. Nessa época, eu e Duda Mendonça, inclusive, fomos capa da VEJA. E eu atendi a VEJA. Aqueles outdoors amarelos, nós criamos justamente para marcar que a revista estava nas bancas.

Uma história que é profissional, mas pessoal também, certo? É uma relação de muita história, seja comercial ou pessoal, de muita parceria. Toda vez que o Roberto tinha um projeto diferente, ele conversava comigo pessoalmente. A esposa dele, inclusive, pelo envolvimento que tínhamos, me deu boa parte da coleção de livros deles. Em breve, quero fazer uma biblioteca, porque gosto muito de ler, com o nome Roberto Civita.

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Além da VEJA, o senhor já esteve presente muitas vezes nas páginas das revistas Abril. Alguma te marcou mais? Eu saí várias vezes na Exame entre os 50 maiores empresários do Brasil, o que para mim é um dos feitos mais importantes. Quando você sai na capa de uma revista como a Vejinha, compra um monte de exemplar, não tem jeito: manda para sua mãe, sua avó, sua tia. Não seja blasé. É um luxo, um dos maiores. Uma das coisas que mais me envaidece é que eu realmente mudei a cara do marketing político. Mas o que para mim foi mais importante foi uma matéria que o Elio Gaspari fez, dizendo “o Nizan está mudando a cara do marketing político”. Estar sempre presente nas revistas de vocês é uma conquista.

Sendo um ávido leitor, o senhor tinha ou tem alguma revista favorita? Eu tenho uma relação profunda com a Capricho. Eu herdei de Washington Olivetto a visão sobre observar tudo que está no pulso do povo. E a Capricho cumpre esse papel. Havia também muita relação com Placar, Playboy. Eu dei uma entrevista para a Playboy que me persegue a vida inteira. Há muitos anos, eu falei para o Juca Kfouri que eu queria ser prefeito de Salvador. Eu não consigo me desligar dessa frase, que era uma frase totalmente romântica, não tem nada a ver com minha vida. Então, as revistas tinham um impacto no povo mesmo, mexiam com o país.

O que temos que compreender
sobre o futuro é: onde estiver todo
mundo indo, não vá. O que estiver todo mundo pensando, duvide. Quando o mundo faz “zigue”,
precisamos fazer “zague”.

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O senhor está se referindo às revistas impressas, certo? A Abril tem nove marcas nas bancas. Qual é a sua visão sobre as transformações vindas da digitalização e a valorização do impresso? Eu tenho um amor pela revista. E eu vou bancar a aposta de que a revista impressa vai voltar com tudo. As pessoas adoram falar que a revista acabou. Eu não conheço uma marca que não tenha a sua própria revista. Então, isso merece uma reflexão. Não, a revista não acabou. O que talvez tenha acontecido foi uma mudança de modelo de negócio. E a presença da revista na mão das marcas mostra claramente que o consumidor gosta de ter essa revista na mão, de ter essa experiência. O que temos que compreender sobre o futuro é o seguinte: vá nas outras fontes, vá em outros lugares. Onde estiver todo mundo indo, não vá. O que estiver todo mundo pensando, duvide. Quando o mundo faz “zigue”, precisamos fazer “zague”.

O senhor acha que a Editora Abril, no geral, está caminhando para o futuro? Sim, porque eu acho importante o que está acontecendo na Abril. Tem um empreendedor à frente, um espírito irrequieto. Para mim, o mundo é dos que pensam no novo formato. E, aliás, o que vocês estão fazendo hoje é um sinal de empreendedorismo também. Estamos fazendo a entrevista em vídeo, no impresso, no on-line e falando sobre o passado, mas também sobre o futuro. Esta (minha) empresa aqui é uma revolução também. Porque eu vi claramente que o grande problema da publicidade eram empresas enormes, com mil funcionários. Ora, quando você tem custo, você não tem independência para dizer não. A N Ideias, hoje, tem um line-up: Itaú, Havaianas, iFood, Sabesp, Arcelormittal, JHSF. Eu quero seis, sete, oito clientes, para que eu possa me dedicar para valer. E a Abril seguiu o mesmo caminho.

E como é fazer parte da celebração dos 75 anos de história da Abril? Acho maravilhoso, quero dar parabéns, quero dividir meu entusiasmo com essa estâmina do que vocês estão fazendo e quero dizer a vocês que sejam confiantes de lutar contra a maré, porque o mundo é de quem luta contra a maré. Então isso é um espetáculo, eu fico feliz com o que está sendo feito aqui. Me emociona.

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