Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Até onde vai o bitcoin?

Na verdade, ninguém sabe. Mas a misteriosa moeda virtual conquista investidores tradicionais e ganha legitimidade depois da estreia em transações na bolsa

Por Giovanni Magliano Atualizado em 4 jun 2024, 17h10 - Publicado em 15 dez 2017, 06h00

O bitcoin, moeda virtual criada anonimamente em 2008 e adotada inicialmente apenas por fanáticos por computação, teve o primeiro negócio na chamada economia real em maio de 2010. Por uma soma então equivalente a menos de 50 dólares, o programador Laszlo Hanyecz comprou 10 000 bitcoins e utilizou esse montante para pagar a entrega de duas pizzas. A piada que se faz hoje é que Hanyecz pagou a refeição mais cara da história. Nos últimos dias, 1 bit­coin passou a ser negociado por mais de 16 000 dólares, o que significa dizer que as duas pizzas custaram cerca de 160 milhões de dólares — ou mais de 500 milhões de reais. Tais números demonstram a exorbitância na valorização da moeda. No último ano, registrou-se uma alta de 1 500% em relação ao dólar. Em dois anos, 3 900%. Quem tiver comprado 100 dólares em bitcoin no fim de 2015 possuirá hoje 4 000 dólares.

A disparada recente na cotação reflete o fato de o bitcoin ter ganhado legitimidade e atraído um número maior de compradores, ainda que muitos economistas e autoridades financeiras vejam a moeda como uma pirâmide ou bolha especulativa prestes a explodir. Não se sabe se será esse o caso do bitcoin, mas, ao menos em parte, a alta dos últimos dias teve razões objetivas. A moeda, criada totalmente à parte de regulações oficiais, passou a ser negociada na forma de contratos futuros em um dos principais mercados do mundo, o Chicago Board Options Exchange. Essas transações no mercado futuro são usadas historicamente para os investidores e empresários se defenderem das oscilações nos preços, como os de mercadorias agrícolas e moedas. Ao mesmo tempo, corretoras tradicionais de Wall Street começarão a negociar o bitcoin, que assim ganha legitimidade e atrai novos compradores.

arte-bitcoin
(Arte/VEJA)

A rápida valorização atraiu, inevitavelmente, especuladores. Nos Estados Unidos, teve gente hipotecando a casa para especular com o bitcoin e outras moedas virtuais, como o ethereum. No Brasil, as poucas corretoras especializadas relataram uma forte alta na demanda nas últimas semanas. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou: “Como estão hoje, sem lastro e sem regulação, essas moedas levam a um risco tal que o Banco Central emitiu um alerta”. Para Goldfajn, há ingredientes típicos de uma bolha especulativa. Os defensores do bitcoin, entretanto, dizem que a moeda é assegurada por uma comunidade de colaboradores em todo o mundo, tem sua emissão controlada e possibilita o funcionamento de um sistema descentralizado de transferência de recursos, de maneira rápida e a um custo menor do que o cobrado pela indústria financeira tradicional. Vários estabelecimentos no mundo já a aceitam, e é possível também trocá-­la por dinheiro corrente em corretoras ou até mesmo sacar notas (na moeda local) em caixas especializados. Em abril deste ano, o Japão reconheceu o bitcoin como um meio de pagamento. No Brasil, não há regulamentação. Um projeto sobre esse assunto tramita lentamente no Congresso. Para os interessados em entrar nesse mundo, um aviso: os riscos envolvidos ainda são altos.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2017, edição nº 2561

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.