Cinco descobertas do MIT sobre fake news
Notícias falsas sobre política alcançam pessoas de diferentes níveis de educação e renda. Por isso, circulam quase três vezes mais rápido que outros boatos
– Espalham-se mais rápido que uma notícia real
Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) analisaram o tempo que duas notícias, uma verdadeira e uma falsa, demoraram para alcançar 200 compartilhamentos no Twitter. A verdadeira, sobre o lançamento de um modelo de pijama que lembrava uniformes de campos de concentração, levou 7,3 horas. A falsa, sobre uma rede de restaurantes que criou uma campanha de marketing com a frase Também não gostamos de negros”, demorou 4,2 horas.
– Prosperam segundo o “viés de confirmação”
As pessoas tendem a considerar confiáveis as fontes de informação que corroboram o que elas já pensam — e não confiáveis as que exibem notícias que contrariam suas opiniões.
– Sua disseminação depende mais de humanos que de robôs
Robôs podem acelerar o alastramento de notícias falsas. Ao eliminá-los dos resultados, contudo, os pesquisadores do MIT notaram que só 26% das notícias foram excluídas — o que significa que os grandes disseminadores das fake news são mesmo as pessoas.
– Despertam sentimentos mais exacerbados que os provocados pelas informações verdadeiras
Palavras contidas nas notícias falsas tendem a despertar sentimentos viscerais, como surpresa e vergonha. Já no caso dos termos que compõem as notícias verdadeiras, as emoções preponderantes são tristeza e alegria — que provocam reações mais contidas.
– Notícias políticas se propagam com maior velocidade
Notícias falsas sobre política penetram mais fundo no tecido social e alcançam pessoas de diferentes níveis de educação e renda. Por isso, concluiu o estudo, circulam quase três vezes mais rápido que boatos de qualquer outra natureza.
Publicado em VEJA de 21 de março de 2018, edição nº 2574