Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Decolar que é bom, nada

Mesmo em ritmo frenético de campanha, eles não saem do lugar. Alckmin continua igual. Ciro oscila para baixo. E todos perdem nas projeções para o 2º turno

Por Ana Clara Costa Atualizado em 4 jun 2024, 16h25 - Publicado em 27 jul 2018, 07h00
arte-pesquisa-cidadela
(Arte/VEJA)

Antes que as candidaturas presidenciais se definissem, havia uma crença entre observadores da política de que, tão logo o centro apresentasse seus candidatos, Lula e Jair Bolsonaro seriam empurrados para os seus devidos lugares, as extremidades do espectro eleitoral. A pouco mais de dois meses das eleições, no entanto, os principais integrantes da centro-esquerda e da centro-direita — Marina Silva (Rede-AC), Ciro Gomes (PDT-CE), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Henrique Meirelles (MDB-DF) — continuam sem empolgar o eleitor. A pesquisa encomendada por VEJA ao instituto Ideia Big Data põe em termos cristalinos essa indiferença. No cenário eleitoral mais provável, que exclui o ex-presidente Lula, todos os principais concorrentes mantiveram o patamar de intenções de voto em relação ao último levantamento do Datafolha, publicado em junho. Apenas Ciro Gomes perdeu 3 pontos na pesquisa estimulada — passou de 10% para 7%.

A variação do pedetista ainda está na margem de erro, mas põe um freio na curva de ascensão que ele apresentava no primeiro semestre. Ciro, cujo desempenho é melhor no Nordeste, seu berço político, também viu as intenções de voto nele envergar nos cenários de segundo turno. De acordo com a pesquisa do Datafolha de junho, o pedetista ganharia de Bolsonaro. Agora, Bolsonaro virou o jogo e ficou com a vantagem. Hoje, derrotaria Ciro por 27% a 25% dos votos, conforme o Ideia Big Data.

Marina Silva permanece estável, com 10% e 11% das intenções de voto, a depender da presença de Lula na pesquisa. Esse mesmo patamar é equilibrado em todas as regiões do país, exceto no Sudeste, onde ela alcança 12%. No perfil do eleitorado, Marina é a favorita do público feminino — entre as mulheres entrevistadas, 14% votariam nela, o maior porcentual entre todos os candidatos. A maioria de seu eleitorado é jovem (de 16 a 34 anos) e está em todas as faixas de escolaridade. Se fosse para o segundo turno contra Bolsonaro, teria vantagem de apenas 2 pontos porcentuais, numa queda bastante acentuada. No levantamento do Datafolha de junho, a diferença era de 10 pontos porcentuais: 42% contra 32%.

Decolar que é bom, nada
Engessado - Alckmin ganhou aliados, mas não eleitores (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Continua após a publicidade

Geraldo Alckmin, institucionalmente o político mais vitorioso das últimas semanas — conseguiu atrair para sua órbita os disputados partidos do Centrão e, com eles, gordos sete minutos e meio de propaganda eleitoral na TV —, ainda não pôde ver a conversão desse movimento em intenções de voto. Permanece com um dígito nas pesquisas e perde para Bolsonaro até mesmo no Sudeste, onde construiu toda a sua carreira política. O sonho da equipe de Alckmin seria atrair para o seu entorno o senador Alvaro Dias, que tem conquistado eleitores tucanos especialmente do Sul. Na região, por influência do eleitorado paranaense, Dias domina com 23% das intenções, seguido por Bolsonaro, com 21%.

Decolar que é bom, nada
Marina - Sucesso com as mulheres, mas parada nos 10% (Gabriela Bilu/Estadão Conteúdo)

Henrique Meirelles, candidato de Michel Temer, tem a árdua missão de se apresentar ao eleitorado como colaborador de um governo afundado em denúncias de corrupção e fracassado na tentativa de se mostrar responsável por uma melhora econômica nunca percebida. O fato de não ter conseguido descolar do patamar de 1% a 2% de intenções de voto não surpreende. Afinal, nada menos do que 92% dos entrevistados pelo Ideia Big Data afirmaram que jamais votariam em um candidato indicado pelo presidente Michel Temer — uma rejeição sem igual. São cada vez mais audíveis as vozes a aconselhar Meirelles a abandonar o pleito. Em mais uma prova do fastio do eleitorado para com a política e os políticos, 73% dos entrevistados disseram não se identificar com nenhum partido (a legenda com maior preferência, chegando a 15% do eleitorado, continua sendo o PT). Mas a disputa eleitoral mantém-se aberta: 43% dos eleitores não têm candidato ainda. Não é um porcentual alto, os indecisos já foram mais volumosos em outras eleições, mas 43% são o suficiente para mudar o jogo todo.

Publicado em VEJA de 1º de agosto de 2018, edição nº 2593

Publicidade
Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.